"Olho D'água": Jonatas Onofre e Nando Zé lançam álbum nas plataformas e no Teatro Apolo
Show de lançamento acontece sexta (11), às 19h, mesmo dia em que estará disponível nos aplicativos digitais
Os pernambucanos Jonatas Onofre e Nando Zé lançam juntos o álbum “Olho D’água” nas plataformas digitais, nesta sexta-feira (11) , mesmo dia marcado para o show de lançamento do trabalho no Teatro Apolo, a partir das 19h, com ingressos à venda no Sympla.
O cantor, compositor e pianista Jonatas Onofre, em parceria com o baterista Nando Zé propõem uma imersão do duo no repertório de Jonatas reinterpretando as canções no formato duo de teclado e bateria.
Sobre o álbum
Com nove faixas, o disco é resultado do encontro entre os artistas, que se conheceram na UFPE, enquanto Jonatas cursava Letras e Nando Zé Serviço Social.
Foi uma viagem a Itamaracá que proporcionou os primeiros experimentos musicais.“Uma amiga em comum, Bruna, foi quem fez nossa conexão, por volta de 2016. Num encontro em Itamaracá fizemos um som e fomos nos aproximando sonoramente… mas o convite para o projeto 'Jonatas Onofre Quarteto', em 2017, foi o meu recomeço com a música”, destaca Nando Zé.
Por volta desta época do primeiro encontro, Jonatas lançou seus primeiros trabalhos, "No fim de 2016, se deu a gravação do disco ‘Aparición’, e em 2017 a oportunidade de levar o show do disco a um festival, no qual lembrei de Nando. Convidei para fazer o show tocando percussão, ao invés de bateria, mas o resultado foi satisfatório. Um encontro tão informal e inesperado ”, descreve Jonatas Onofre.
"Show e CD são regravações, em sua maioria, mas nessa perspectiva de um novo som. O que guiou essas escolhas foi a força das canções. Há ainda reflexões sociais nas letras, o que também é fundamental para esse projeto; e tocar nesses assuntos com outra força e tensão. Ainda bebemos no sagrado e na religiosidade, na natureza e reverência à terra e ancestralidade afro-brasileira… foram essas questões que moldaram esse projeto”, explica Jonatas.
“Lembro de Jonatas chegar para mim falando sobre sua vontade de fazer esse tipo de projeto, um duo, só bateria e teclado mais voz. Assim nasceu o projeto… muito mais compacto e prático, ensaiar e viajar com dois músicos, sem falar que musicalmente a gente se entende muito bem, da sanidade até a loucura”, detalha Nando. E completa: “Ele já veio com algumas músicas em mãos, algumas delas a gente já fazia com o Quarteto, mas, para esse formato, elas precisavam de um novo arranjo, repensar a bateria, pelo menos”.
Com incentivo da PNAB Recife, através da Prefeitura do Recife, da Secretaria de Cultura, Fundação de Cultura Cidade do Recife e Governo Federal, Jonatas e Nando viabilizaram o show de lançamento e aulas espetáculos para levar o produto até onde artistas independentes nem sempre conseguem chegar: rede pública de ensino.
As aulas “Olho d'Água: das pedras vermelhas aos rumos do mar” ocuparam três turnos de escolas públicas da Várzea no começo de abril de 2025.
Sobre o show
Os artistas se preparam para ocupar um teatro, palco nunca antes ocupado pelo duo: “Vai ser a primeira vez que a gente vai se apresentar em teatro, algo que sempre almejamos, principalmente pelo controle da técnica cênica. Há algo teatral neste show de lançamento, ainda que não sejamos atores. O show está envolto nesse clima teatral. É ainda inédito a formação do show com seis pessoas no palco (além dos participantes do disco, o músico Daniel Duarte reforçará as percussões), a dinâmica de entradas e saídas, mas estamos empolgados”, diz Jonatas.
Participações
“As gravações me deram a sensação de ‘que bonito’. Foi a primeira vez que senti essa realização. Foi a maior equipe que já trabalhamos, cansativo também, durante três dias e cerca de dez horas de estúdio por dia… mas deu certo. Alexandehn e Pedro Beth lideraram essa produção de maneira muito otimizada e confortável pra gente. Teclado e bateria foram gravados juntos, mas depois fomos inserindo os outros elementos sonoros, e o resultado deu certo”, relembra Jonatas.
Entre experimentos, o duo ainda escolheu canções mais recentes que encaixaram perfeitamente no conceito do novo disco: “Lembro de Jonatas me mostrando ‘Preta’ em um dos ensaios meu e dele anterior à gravação, música que nunca tinha ouvido mas que me atingiu fortemente, tanto pela força como pelo ijexá que eu sentia vindo dela”, conta Nando. “Preta é a canção mais recente. Juntei ela com “Sumiço”, minha parceria com Tarcísio Feliciano, que fez parte do “Aparición”. É uma faixa nova que não é nova. “Miudeza” também vem na leva das recentes”, informa Jonatas.
O ambiente de estúdio abriu a possibilidade de incluir mais músicos. Essas participações especiais influenciaram na consolidação dos arranjos. Foi assim que parte das faixas recebeu instrumentos de sopro e percussão. “Acho que nós três concordamos que a presença dos outros músicos influenciou profundamente na sonoridade do trabalho (a ponto de as músicas em que eles aparecem já não parecerem funcionar sem esses outros instrumentos) e isso veio se confirmar com a gravação (a gente já tinha trabalhado com Luciano Emerson e Natalício Sales ao vivo) mas realmente foi na hora de executar o arranjo definitivo (quando também chegou André Luiz) que o som deles surpreendeu mais, tomou espaço.” conta Alexandehn.
O novo trabalho tem canções com mais de 15 anos, como “Pedra de Esquina”. “Algumas são anteriores ao encontro da gente e a maior parte das canções nasceu na época do quarteto, entre os álbuns ‘Aparición’ e ‘Caaporã’”, completa jonatas.
Para o lançamento de “Olho D'água”, o material gráfico possui fotos de Ralph Fernandes e arte da capa por Gust, a partir de uma ilustração original de Felipe Lemos. Felipe, aliás, é um grande admirador do trabalho de Jonatas e usou canções do músico para desenhar ilustrações.
Os dois se tornaram amigos após um encontro inusitado quando Jonatas e Nando se apresentaram numa rave (anos antes de conceberem o show atual) e a admiração recíproca motivou Jonatas e a produção do projeto a convidarem o artista para a missão de ilustrar “Olho D’água” e os singles que antecederam o lançamento do CD: “Preta / Sumiço”, “Pedra de Esquina” e “Cabeças no Vento”.
“Elementos da Capa do CD ilustram as capas do EP, como um jogo de detalhes. Ficou muito massa esse encontro e esse resultado”, resume Alexandehn, produtor executivo do projeto.
Repertório
1. Vítima Ínfima
2. Canção da Ilha
3. Preta /Sumiço
4. Cabeças no Vento
5. Acalanto da terra
5. Berço
7. O Sul é Desnorteio
8. Pedra de Esquina
9. Luz na Luz/Miudezas