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Alckmin critica tarifa de EUA sobre produtos brasileiros e diz que governo age para reduzir alíquota

Vice-presidente afirma que sobretaxa imposta pelos EUA não é boa

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin - Cadu Gomes/VPR

O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira que o governo brasileiro vai buscar reduzir a nova tarifa de 10% que os Estados Unidos decidiram aplicar sobre as exportações brasileiras. A medida, anunciada recentemente pelo presidente Donald Trump, preocupa autoridades brasileiras e foi classificada por Alckmin como prejudicial não só para o Brasil, mas para o comércio internacional como um todo.

— Vamos trabalhar no sentido de reduzir essa alíquota, que entendemos que não é boa, não só para o Brasil, não é boa para o mundo — declarou o vice-presidente, durante um evento da empresa Arauco no interior do Mato Grosso do Sul.
 

Apesar de o Brasil ter recebido a menor alíquota entre os países afetados, o governo acredita que nem mesmo esse valor deveria ser aplicado. Alckmin argumenta que os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil — ou seja, vendem mais do que compram — e que grande parte dos produtos americanos entra no país sem imposto.

— Dos dez produtos que eles mais exportam, oito a alíquota é zero. Não paga imposto de importação para entrar no Brasil. E a tarifa média final de todos os produtos é 2,7%. Então, é o caminho do diálogo e da negociação — destacou.

Clima tenso no comércio global
A declaração de Alckmin ocorre num momento de alta tensão no comércio internacional. No mesmo dia, Trump anunciou uma pausa de 90 dias na aplicação de tarifas recíprocas para alguns países, mas manteve a cobrança mínima de 10% sobre quase todas as importações — incluindo as do Brasil. Ao mesmo tempo, ele elevou para 125% as tarifas sobre produtos vindos da China, que reagiu aumentando suas taxas para até 84%.

A escalada entre as duas maiores economias do mundo reacendeu preocupações sobre os impactos de uma guerra comercial para países exportadores como o Brasil.