'Copan' e 'Escrevendo Hawa' vencem o festival É Tudo Verdade dos 30 anos
Filmes sobre as tensões entre moradores de histórico edifício no Centro de São Paulo e sobre o impacto do retorno do Talibã ao poder na vida das afegãs conquistaram o júri
O É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, principal festival dedicado ao audiovisual não-ficcional da América Latina, divulgou neste sábado os vencedores da sua edição comemorativa de 30 anos.
Dirigido por Carine Wallauer, “Copan” (filme sobre as tensões vividas pelos moradores do histórico prédio no Centro de São Paulo nas eleições presidenciais, de 2022, e nas eleições para síndico) foi eleito o vencedor da competição brasileira de longas ou médias-metragens e receberá como prêmio R$ 20 mil e o troféu É Tudo Verdade.
A premiação a “Copan”, segundo o júri do festival, foi concedida “pela ousadia formal aliada a um vigoroso rigor estético, por sua originalidade, precisão e delicadeza, pelo equilíbrio das cenas e pelas nuances que revelam os conflitos contemporâneos, alcançando uma singular sínte-se poética dos contrastes de nosso país”.
Já o ganhador da competição internacional de longas ou médias-metragens foi “Escrevendo Hawa” (França, Países Baixos, Catar e Afeganistão), filme que aborda o impacto do retorno do Talibã ao poder na vida das mulheres afegãs, dirigido por Najiba Noori. Os realizadores do longa receberão R$ 12 mil e o troféu É Tudo Verdade.
“Poucos filmes contam a história de uma nação por meio do amor e da compaixão que definem uma família imersa em uma cultura patriarcal — mas não limitada por ela. A cineasta narra a luta excepcional de sua mãe por independência no Afeganistão, onde conquistas como essa raramente são celebradas”, justificou-se o júri em sua escolha.
Além dos dois filmes, foram premiados “Sukande Kasáká / Terra Doente”, de Kamikia Kisedje e Fred Rahal (melhor curta-metragem brasileiro) e “Eu sou a pessoa mais magra que você já viu”, de Eisha Marjara, do Canadá (melhor curta-metragem internacional).
O júri da competição brasileira foi formado pela cineasta, ex-diretora da Ancine, e sócia da Gullane Entretenimento Débora Ivanov; pelo diretor, produtor e montador Paulo Sacramento e pelo diretor e produtor Roberto Berliner.
E o júri das competições internacionais foi composto pelo documentarista, escritor, professor e curador argentino Andrés Di Tella, pelo professor e crítico norte-americano Bill Nichols e pela cineasta brasileira Eliza Capai.