Ozempic, Mounjaro, Wegovy: Como age no corpo a nova geração de remédios usados para emagrecer?
Medicamentos fazem parte de uma classe chama análogos do GLP-1; seus efeitos incluem redução na velocidade da digestão e ativação da sensação de saciedade
Nesta quarta-feira (16) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu que medicamentos como Ozempic, Mounjaro e Wegovy, indicados para o tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade, só poderão ser comprados com receita médica, como acontece com antibióticos.
Todos esses medicamentos fazem parte de uma classe chamada análogos de GLP-1. Esses compostos simulam a ação do hormônio GLP-1 no organismo.
Existem receptores dele em diversas partes do corpo. No pâncreas, por exemplo, essa interação aumenta a produção de insulina.
Por isso, inicialmente, os fármacos do tipo foram pensados para diabetes tipo 2.
Mas no estômago, o GLP-1 reduz a velocidade da digestão da comida e, no cérebro, ativa a sensação de saciedade.
Esses mecanismos levam a pessoa a sentir menos fome e, consequentemente, reduzir as calorias ingeridas por dia. Daí seu uso contra a obesidade.
Mas, enquanto a semaglutida, princípio ativo do Ozempic e do Wegovy (o que muda entre os medicamentos é a dose), simulam apenas o GLP-1, a tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, é um duplo agonista.
Isso significa que além de simular o hormônio GLP-1, também atua nos receptores do GIP, que também está associado à ativação da sensação de saciedade no cérebro, à redução da velocidade da digestão da comida e à produção de insulina.