ARQUEOLOGIA

Cavernas batizadas de "berço da humanidade" reabrem ao público na África do Sul

O achado arqueológico mais famoso no local foi de um Australopithecus, com datação estimada entre 1,5 e 3,7 milhões de anos

Réplica da ossada de 'Pé Pequeno', representante de uma espécie de hominídeo ancestral dos humanos, encontrado nas cavernas de Sterkfontein, na África do Sul, que foram reabertas aos visitantes - Emmanuel Croset / AFP

A Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, reabriu ao público nesta semana a visitação às Cavernas de Sterkfontein, um complexo batizado em 1999 pela UNESCO como Patrimônio Mundial, devido ao seu valor arqueológico.

O local, que fica cerca de 50 quilômetros de distância de Joanesburgo, tem vestígios de ancestrais com mais de um milhão de anos em um local conhecido como o "berço da humanidade" pela riqueza de fósseis de Australopithecus.

O sítio arqueológico havia sido fechado há cerca de três anos devido a inundações. Agora, após a reabertura, a expectativa é que a visitação traga aos turistas uma experiência científica.

Conhecido como Sítio do Patrimônio Mundial Berço da Humanidade, o local é uma rica fonte de artefatos e ossos para estudo por paleontólogos desde sua descoberta. Em 2013, após uma escavação, foi achado o osso da mão de um humano antigo.

Mas, em 1990, o achado mais famoso foi de um ancestral humano estimado entre 1,5 e 3,7 milhões de anos. O esqueleto foi batizado de Pé Pequeno, que vem de um ramo da família humana chamado Australopithecus (macaco do sul), considerado o ancestral dos humanos modernos, com uma mistura de características simiescas e humanas.

"Esta reabertura representa uma evolução importante na forma como compartilhamos a história das origens humanas", disse Nithaya Chetty, reitora da faculdade de ciências da Universidade de Witwatersrand, que administra as cavernas e o museu adjacente.

Uma exposição temporária de fósseis foi instalada no museu, onde os visitantes podem ver "Mrs. Ples", o crânio mais completo de um Australopithecus africanus, encontrado em 1947 na África do Sul.

Por enquanto, quem quiser ver o Pé Pequeno terá que esperar até setembro. O esqueleto, que levou dois meses para ser desenterrado e montado, só é exibido em ocasiões especiais.