greve de fome

Após greve de fome, Glauber Braga passa por reintrodução alimentar

Deputado federal passou oito dias sem comer, ingerindo apenas água e isotônicos

O deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ) segue sob acompanhamento médico - Lula Marques/Agência Brasil

Após permanecer oito dias em greve de fome, ingerindo apenas água, soro e isotônicos, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) iniciou o processo de reintrodução alimentar.

A fase exige cuidados especiais, já que longos períodos sem alimentação podem provocar efeitos como atrofia muscular e desequilíbrio de nutrientes no organismo.

Segundo sua assessoria, ele passa o domingo de Páscoa, ainda em recuperação, mas ao lado de sua família.

Neste estágio inicial, o parlamentar tem consumido alimentos com baixo teor de gordura, como sopas e caldos de legumes.

Produtos ultraprocessados e ricos em açúcar ou gordura são contraindicados, devido aos riscos à saúde.

Glauber está em Brasília, onde segue sob acompanhamento médico.

O período considerado mais crítico para casos de jejum prolongado é de até dez dias após o término da restrição alimentar.

A recuperação total do peso perdido — mais de cinco quilos — e o retorno à dieta habitual podem levar meses.

A greve de fome teve início em 9 de abril e foi encerrada no dia 17, em protesto contra o parecer favorável à sua cassação, aprovado pela Comissão de Ética da Câmara.

Durante o período, o deputado permaneceu no Anexo 2 da Casa, onde dormiu com apoio logístico de sua esposa, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que providenciou colchão e cobertura.

Glauber responde a um processo disciplinar por ter chutado o militante do MBL, Gabriel Costenaro, durante uma discussão ocorrida em abril de 2024.

O episódio se estendeu até o exterior da Câmara e foi interrompido por policiais legislativos, que conduziram ambos ao Departamento de Polícia Legislativa (Depol) para prestar depoimento.

A greve foi encerrada após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), comprometer-se a não pautar o processo de cassação em plenário pelos próximos 60 dias.