IGREJA CATÓLICA

De São Pedro a Papa Francisco: Qual o nome mais popular? Quem teve o maior pontificado? De onde vêm?

Nem sempre os sucessores de Pedro, que foi o primeiro papa, mudavam o seu nome de batismo

Domo da Basílica de São Pedro, no Vaticano - Andreas Solaro/AFP

Depois de eleito, o cardeal que vira Papa ganha uma nova identidade, deixa de ser chamado pelo nome de batismo e adota outro que expresse a sua missão durante o seu pontificado.

O argentino Mario Bergoglio teve alguns minutos depois de eleito no conclave de 2013 para escolher “Francisco”, em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo de humildade e dedicação aos pobres.

De acordo com os dados disponíveis no Vaticano, o nome 'Francisco" foi usado pela primeira vez, como outros 50 e figura entre 88 que já foram adotados entre os 266 papas de todos os tempos. 

Nem sempre os sucessores de Pedro, que foi o primeiro papa, mudavam o seu nome de batismo. A troca teve início em 2 de janeiro de 533, quando o chefe da Igreja Católica elegido se chamava "Mercúrio", nome romano do deus grego Hermes, considerado pagão. A solução encontrada foi mudar a designação para João II.

Desde então, apenas dois papas mantiveram seu nome de batismo: Adriano VI (1522) e Marcelo II (1555). Os outros sucessores mudaram.

Assim, os dez nomes mais escolhidos ao longo dos papados foram:

João (21),
Gregório (16),
Bento (16),
Clemente (14),
Inocêncio (13),
Leão (13),
Pio (12),
Estevão (9),
Bonifácio (8) e
Urbano (8).

Os dados oficiais de alguns pontífices, da antiguidade ao século XIX, apresentam imprecisões, como o local de nascimento e a data de início ou de fim de papado. Por exemplo, Pedro, fundador da igreja, não tem seu marco inicial registrado nas estatísticas do Vaticano, outros, não tem o dia ou mês. Para verificar quem foi papa por mais tempo, foi considerado o primeiro dia do mês ou do ano, nos casos em que a data de início ou de final de papado fossem vagas.

Assim, o mais longo pontificado foi de Pio IX (1846 a 1878), com 11.559 dias (37 anos); seguido por João Paulo II (1978 a 20025), com 9.665 dias (31 anos) e, por Leão XIII (1878 a 1903), com com 9.665 dias (26,5 anos).

O menor papado foi o de Ubano VII, que assumiu em 15 de setembro de 1590 e, morreu em apenas doze dias depois, no dia 27 do mesmo mês. Paíram dúvidas sobre a morte de Urbano, que, para algumas fontes, foi natural, mas violenta para outros, que cogitam um assassinato.

Outros papados tiveram curta duração foram o de Bonifácio VI (896), com 15 dias e, Celestino IV (1241), com 16 dias.

Os registros da Santa Sé sobre o local de nascimento dos papas mostra cidades antigas, comunas, regiões e, em alguns casos, até a identidade cultural de um povo, como ser grego ou romano, onde deveria estar indicada naturalidade compatível com as divisões territoriais de hoje.

Além disso, a origem de 13 papas permanece desconhecida. Para determinar de onde vêm os pontífices, foram comparadas três fontes distintas: os arquivos da própria Igreja, o site e-Catholic 2000, ligado à comunidade católica, e um levantamento realizado pelo The Guardian, de 2013.

Os dados revelam que 237 papas nasceram na Europa, 8 na Ásia, 3 na África e 1 nas Américas – o Papa Francisco.

Os números também mostram a predominância de papas italianos, totalizando 196. Além da origem ítala, o velho continente conta com 16 pontífices franceses, 11 gregos, 5 alemães, 3 espanhóis, além de 2 representantes de Portugal. Croácia, Inglaterra, Países Baixos e Polônia completam a lista, com um papa cada.

Apesar dessa longa tradição europeia, o trono de Roma já foi ocupado por três religiosos do Norte da África, 1 da Síria, 1 da Cisjordânia, 1 da Palestina e, por último, 1 da Argentina.

O 267º líder supremo da Igreja Católica e, sucessor do Papa Francisco, será escolhido no próximo conclave, a assembleia de cardeais realizada na Capela Sistina para eleger o novo papa. Abaixo, a lista completa dos 266 Sumos Pontífices que ocuparam o posto de "Sua Santidade", desde Pedro.