Relembre quando o Papa Francisco foi retratado em obras no cinema e na literatura
Líder da Igreja Católica, que morreu nesta segunda-feira (21), foi tema de dezenas de produções audiovisuais disponíveis em streaming
Figura carismática — e que inspirava, entre a maior parte dos fiéis da Igreja Católica, uma diminuição no natural distanciamento estabelecido pelo cargo —, Jorge Bergoglio, o Papa Francisco, se notabilizou como personagem popular nas artes, sobretudo no cinema e na literatura.
Uma consulta às principais plataformas de streaming e de venda de livros dá a dimensão desse amplo retrato do pontífice, que morreu, aos 88 anos, nesta segunda-feira (21): entre curtas e longas-metragens, podcasts e publicações editoriais biográficas e de autoajuda, um sem-número de produções variadas, algumas delas premiadas, trata de explorar a história do argentino pelos mais diferentes ângulos.
O longa-metragem de maior alcance, nessa seara, é dirigido pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles.
Indicado ao Oscar nas categorias de melhor roteiro adaptado, melhor ator coadjuvante (para Anthony Hopkins) e melhor ator (para Jonathan Pryce), "Dois papas" (2019) faz uma adaptação da peça "The pope", do neozelandês Anthony McCarten, para acompanhar a relação de cumplicidade entre dois cardeais, o brasileiro Cláudio Hummes e o argentino Jorge Bergoglio, alçado ao posto de primeiro papa latino-americano após a renúncia do conservador Bento XVI.
Detalhe: uma montagem brasileira da dramaturgia está em cartaz em São Paulo, com os atores Zécarlos Machado e Celso Frateschi nos papéis principais.
Mas, afinal, o que motiva a quantidade crescente de obras acerca do Papa Francisco? Nomes por trás de produções sobre a autoridade religiosa costumam destacar o tanto de "ineditismo" sustentado pelo Pontífice.
Forte defensor dos direitos humanos, o argentino se consagrou como o primeiro Papa latino-americano, o primeiro Papa jesuíta, o primeiro Papa das Américas, o primeiro Papa do Hemisfério Sul, o primeiro Papa não europeu em mais de 1.200 anos, o primeiro Papa a utilizar o nome Francisco... E por aí vai.
Em entrevistas à época da primeira exibição de "Dois Papas" no Festival de Londres — em outubro de 2019 —, Fernando Meirelles revelou que decidiu embarcar no projeto porque era "um grande fã do papa Francisco".
Nos eventos de divulgação da película, ele não escondida a relação de "adoração" com o Pontíficie.
"Acho que ele é uma voz muito importante no mundo hoje" afirmou o diretor.
"Ele vê o planeta como uma coisa só, e está tentando construir pontes enquanto todos querem construir muros"
Recentemente, o Papa voltou a ser lembrado — de maneira mais indireta — com o lançamento de " Conclave" (2024), longa indicado a oito categorias no Oscar, incluindo a de melhor filme.
A produção, que retrata uma eleição papal após a morte de um líder progressista, ganhou ainda mais atenção diante do estado de saúde delicado do Pontífice argentino, levantando paralelos entre a ficção e a realidade.
Embora "Conclave" seja uma obra imaginativa, a história ressoou junto ao público e analistas, já que Francisco, ao longo de seu papado, promoveu importantes reformas e uma visão mais aberta para a Igreja Católica — o que torna a sucessão dele uma questão de grande interesse e expectativa.
Outras dezenas de obras acerca do Pontífice compõem o catálogo de plataformas de streaming. Alguns exemplos são os documentários "Papa Francisco: um homem de palavra" (no Globoplay), do cultuado cineasta Wim Wenders, "Papa Francisco, conquistando corações" (na Netflix) e "Amém: perguntando ao papa" (na Disney+); a série biográfica "Pode me chamar de Francisco" (na Netflix); e os longas inspirados em fatos "Pode me chamar de Francisco" (na Netflix) e "Francisco, o Papa do povo" (não disponível em streaming no Brasil).