SUCESSÃO DO PAPA

Peter Erdo: cardeal conservador é um dos cotados para suceder Francisco e mudar direção da Igreja

Conclave que definirá o novo Pontífice começará a partir de duas semanas

Cardeal Peter Erdo

Com a morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira, a Igreja Católica dará início nas próximas semanas ao processo de escolha de seu novo líder, o ritual conhecido como conclave. Entre os nomes mais cotados para assumir o pontificado está o do cardeal húgaro Peter Erdo.

Conhecido por sua postura conservadora, Erdo tem 72 anos e é arcebispo de Esztergom-Budapeste. Nasceu na capital húngara em 25 de junho de 1952, sendo o primeiro de seis filhos de uma família de intelectuais católicos. Caso seja escolhido, Erdo representará uma mudança na direção da Igreja Católica após anos de reformas progressistas iniciadas por Francisco.

O húngaro foi nomeado cardeal em 2003 pelo Papa João Paulo II, pouco depois de completar 50 anos. Foi, durante muito tempo, o cardeal mais jovem da Europa. Já se manifestou contra a permissão para que católicos divorciados recebam a comunhão e o acolhimento de migrantes. Em um livro publicado em 2019, falou sobre a necessidade de “guardar a chama” da fé cristã tradicional.

O cardeal foi ordenado sacerdote em 18 de junho de 1975. É considerado um especialista em Direito Canônico, área na qual possui um doutorado pela Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, de 1980, além de mais de 250 artigos e 25 livros publicados. Também é doutor em Teologia e foi professor durante mais de duas décadas.

Falando alemão, italiano, francês, espanhol, inglês e seu idioma nativo, o húngaro, foi eleito, em 2005, Presidente da Conferência Episcopal Húngara e reeleito em 2010 para outro mandato de cinco anos, até 2015. Em 2006, também foi eleito Presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), cargo para o qual foi reeleito em 2011 para mais cinco anos, até 2016.

Ao longo desse tempo, em dezembro de 2012, Erdo foi nomeado arcebispo de Esztergom-Budapeste pelo Papa João Paulo II, que também tinha uma postura mais conservadora. Como cardeal, participou do conclave de 2005, que elegeu o Papa Bento XVI, e de 2013, que escolheu o Papa Francisco.

Desde a confirmação da morte de Francisco, o cardeal húngaro surgiu como um dos principais nomes para sucedê-lo, especialmente entre os que buscam uma guinada da Igreja Católica para uma linha mais tradicional.

O conclave, ritual que decidirá o próximo Pontífice, terá início no prazo de 15 a 20 dias do falecimento de Francisco. O período é estabelecido para esperar a chegada de todos os cardeais eleitores que compõem o chamado Colégio Cardinalício.

Todos os membros do grupo são candidatos a assumir o pontificado, mas apenas aqueles abaixo de 80 anos podem votar. O Brasil tem 8 cardeais no Colégio, 7 votantes. Para ser escolhido, um nome precisa alcançar dois terços dos 135 cardeais com direito a voto.