MINAS GERAIS

Prefeito de BH consolida influência da 'Família Aro' ao nomear aliados do secretário de Zema

Marcelo Aro (PP) ganhou duas pastas na administração de Álvaro Damião (União)

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e seu candidato ao Senado em 2026, Marcelo Aro - Governo de MG

O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), consolidou a influência da chamada "Família Aro" em sua gestão ao nomear aliados do secretário estadual de Governo, Marcelo Aro (PP), para cargos estratégicos. Seguindo a linha de seu antecessor, Fuad Noman (PSD), Damião distribuiu secretarias com o objetivo de garantir apoio político e governabilidade.

Foram indicados os ex-vereadores Rubão, para a Secretaria de Esportes e Lazer, e Marcelo Crispim, para a Coordenadoria Especial de Vilas e Favelas. Ambos são ligados a Aro, aliado de primeira hora do governador Romeu Zema (Novo) e pré-candidato ao Senado em 2026.
 

Com uma base de apoio formada por 11 vereadores, incluindo o presidente da Câmara Municipal, Juliano Lopes (Podemos), a aproximação com Aro se tornou crucial para a estabilidade política de Damião. Segundo apurou o Globo, o secretário estadual não exigiu pastas específicas e demonstrou satisfação com as nomeações. A avaliação do grupo, neste momento, é de que não faz sentido adotar uma postura de oposição ao governo municipal.

Na gestão de Fuad, a influência de Aro chegou a ser ainda maior: quatro secretarias — Governo, Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico — estavam sob controle de indicados do grupo. Todos foram exonerados no ano passado, antes das eleições.

A relação entre Damião e Aro, no entanto, começou com tensão. No início do ano, quando ainda era vice-prefeito, Damião se opôs à eleição de Juliano Lopes para a presidência da Câmara e tentou emplacar seu líder de governo, Bruno Miranda (PDT).

Após a morte de Fuad, Damião assumiu definitivamente a prefeitura e iniciou movimentos de reaproximação com o grupo de Aro. Logo na primeira semana de mandato, viajou ao Uruguai e deixou a Prefeitura sob o comando interino de Lopes — um gesto simbólico, já que o tempo fora do país não exigia a transmissão do cargo, mas que agradou aos articuladores de Aro.

Em entrevista ao Globo no início de abril, Damião já dava indícios da aliança:

— A hipótese de indicar secretários foi conversada. Ele (Aro) sugeriu alguns nomes que entendemos ser bons para a prefeitura. Essas sugestões não vieram apenas dele, mas também de outros políticos. Obviamente, faremos uma composição que nos permita trabalhar com tranquilidade, ao lado de pessoas técnicas e competentes.