CAXEMIRA

"Pessoas no chão estavam sendo mortas", relatou turista que, de tirolesa, filmou ataque na Índia

Rishi Bhatt ainda contou que, ao descer do brinquedo, se juntou ao filho e esposa e se escondeu em uma espécie de 'poço'

Turista grava início de ataque na Índia que deixou 26 mortos enquanto estava em tirolesa - vídeo/X

Um turista indiano presenciou o ataque terrorista na terça-feira da semana passada enquanto fazia um passeio de tirolesa em Pahalgam, região montanhosa de Jammu e Caxemira. Em depoimento ao jornal local ANI, ele descreveu momentos de pânico e destacou a rápida atuação do Exército. A ofensiva, reivindicada por um grupo separatista local, deixou 26 mortos e reacendeu preocupações com a escalada da violência em uma das áreas mais instáveis do subcontinente asiático.

Rishi Bhatt, em entrevista ao ANI News, agradeceu ao exército local por atuar com agilidade.

— Sou grato ao Exército da Índia, que chegou a Pahalgam em 20-25 minutos. Logo encontramos o pessoal, eles deram cobertura a todos os turistas — falou Bhatt.

Além disso, o indiano contou que escutou o operador da tirolesa gritar "Allahu Akbar" três vezes, e após isso o ataque teria iniciado.

— Nove pessoas desceram a tirolesa antes de mim, mas o operador não disse nada. Quando eu estava deslizando, ele falou e então os tiros começaram.

Bhatt também relatou como foi a travessia e o momento que percebeu o ataque.

— Depois de cerca de 20 segundos, percebi que era um ataque terrorista e que as pessoas no chão estava sendo mortas. Vi 5 a 6 pessoas sendo baleadas — relatou — Abri meu cinto, pulei, peguei minha esposa e filho e comecei a correr. Vi pessoas se escondendo em um lugar que parecia um poço, e não era fácil identificar ninguém ali.

No vídeo, ele estava sorridente e aproveitando o momento de diversão, até perceber que o ataque acontecia.

Veja vídeo:
 




Entenda o ataque terrorista na Índia
Pelo menos 26 pessoas foram mortas na região de Caxemira. Militantes responsáveis pelo ataque buscam independência ou uma fusão com o Paquistão, que controla uma parte menor da região da Caxemira e, assim como a Índia, a reivindica integralmente. Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo atentado, mas rebeldes na região promovem uma insurgência desde 1989.

Os assassinatos ocorreram um dia após o primeiro-ministro Narendra Modi se encontrar com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, que está há quatro dias no país com sua esposa e filhos. Modi condenou o "ato hediondo" e prometeu que os agressores "serão levados à justiça". O vice-presidente Vance prestou suas condolências “às vítimas do devastador ataque terrorista em Pahalgam”.

Um guia turístico disse à AFP que chegou ao local após ouvir tiros e transportou alguns feridos a cavalo.

— Vi alguns homens deitados no chão, parecendo mortos — disse Waheed, que forneceu apenas o primeiro nome.

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Outra testemunha, que pediu para não ser identificada, descreveu a situação.

— Os militantes, não sei quantos, saíram da floresta perto de um pequeno campo aberto e começaram a atirar. Estavam claramente poupando as mulheres e continuavam atirando nos homens, às vezes com um tiro só e outras vezes com vários, parecia uma tempestade. Todos começaram a correr em pânico! Tentamos confortá-los, mas eles só gritavam... ajudamos a levar alguns feridos para fora de lá em cavalos.