NEGÓCIOS

Presidente do Conselho da Tesla nega que empresa tenha buscado substituir Elon Musk

Ausência do executivo na montadora tem sido um ponto sensível para investidores. Bilionário prometeu dedicar mais tempo à empresa e menos a Washington

Nome do conselheiro sênior da Casa Branca, CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, em reunião na Casa Branca - Andrew Harnik / Getty Images via AFP

A presidente do conselho de administração da Tesla negou uma reportagem que afirmava que a empresa havia começado a buscar um substituto para Elon Musk, CEO que tem dedicado boa parte de seu tempo ao trabalho com o presidente Donald Trump, enquanto as vendas e os lucros da montadora despencam.

Robyn Denholm, que lidera o conselho há mais de seis anos, afirmou na rede social X que a reportagem do Wall Street Journal era “absolutamente falsa”.

“O CEO da Tesla é Elon Musk, e o conselho está totalmente confiante em sua capacidade de continuar executando o empolgante plano de crescimento que temos pela frente”, disse Denholm na conta oficial da Tesla na X, rede social que pertence ao próprio Musk.

O WSJ noticiou na noite de quarta-feira que, cerca de um mês atrás, o conselho da Tesla havia contatado empresas de recrutamento executivo para ajudar a procurar um substituto para Musk, citando “pessoas familiarizadas com o assunto”.

Um porta-voz do WSJ afirmou que o jornal mantém a veracidade da reportagem.

Após a empresa divulgar, na semana passada, uma queda de 71% no lucro trimestral, Musk prometeu dedicar mais tempo à Tesla e menos a Washington. Ele disse que passaria um ou dois dias por semana com assuntos do governo.

A ausência de Musk na Tesla, enquanto liderava os esforços de Trump para cortar gastos públicos e reduzir o número de funcionários federais, tem sido um ponto sensível para investidores. O envolvimento de Musk com o governo e com causas da direita na Europa provocou protestos em concessionárias da Tesla e é apontado como uma das razões para a forte queda nas vendas. Compradores de veículos elétricos tendem a ser liberais ou centristas.

A Tesla informou que sua receita caiu 9% no primeiro trimestre do ano, para US$ 19,3 bilhões.

A montadora perdeu participação de mercado nos Estados Unidos, China e Europa, à medida que concorrentes como BYD, General Motors, Volkswagen e outras empresas lançam dezenas de modelos elétricos. Analistas criticam a Tesla por não expandir sua linha de veículos além dos dois principais modelos.

O utilitário esportivo Model Y e o sedã Model 3 respondem por grande parte das vendas da Tesla. Já a picape Cybertruck, veículo mais recente da empresa, não teve o desempenho comercial esperado por Musk.