Leão XIV, um primeiro papa norte-americano e peruano para seguir os passos de Francisco
Suas primeiras palavras vestido de branco, do balcão da basílica de São Pedro no Vaticano, foram um "apelo à paz"
Robert Francis Prevost, de 69 anos, tornou-se nesta quinta-feira (8) o sucessor do papa Francisco e o primeiro pontífice norte-americano e peruano da história, escolhendo o nome de Leão XIV.
Com uma imagem de moderado e visto como próximo ao primeiro papa latino-americano, o 267º pontífice chega ao trono de São Pedro em um contexto de divisão na Igreja e de crescente tensão no mundo.
Suas primeiras palavras vestido de branco, do balcão da basílica de São Pedro no Vaticano, foram um "apelo à paz", um agradecimento a seu predecessor e uma saudação em espanhol à sua "querida diocese de Chiclayo", no Peru.
"Um povo fiel [que] acompanhou seu bispo, compartilhou sua fé e deu tanto, tanto para continuar sendo uma Igreja fiel de Jesus Cristo", destacou quem foi administrador apostólico de Chiclayo até 2023.
Milhares de pessoas aplaudiram seu discurso e sua eleição.
"Isso é histórico, não tenho palavras. Quando soube que ele é de Chicago, fiquei sem palavras", disse Gabrielle Estrada, uma mulher de 30 anos de San Antonio, Texas.
"Êxito póstumo de Francisco"
O nome de Prevost surgiu do maior e mais internacional conclave da História da Igreja, que reuniu na Capela Sistina 133 cardeais eleitores de cinco continentes e cerca de 70 países.
Os detalhes da eleição permanecerão em segredo, a menos que o novo papa decida o contrário. O único dado certo é que ele obteve ao menos 89 votos para ser eleito.
Sua eleição constitui um "êxito póstumo de Francisco" e "uma oposição ao governo estadunidense", indicou à AFP François Mabille, do Observatório Geopolítico da Religião do Instituto Francês de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris).
Cerca de 80% dos cardeais eleitores foram nomeados pelo jesuíta argentino.
"O papado permanece na América Latina" com Leão XIV, a quem Francisco chamou "de uma diocese remota do Peru" para dirigir o dicastério-chave dos bispos, escreveu na rede social X Antonio Spadaro, subsecretário do Dicastério para a Cultura e a Educação.