Atriz Brigitte Bardot defende Depardieu antes de veredito da Justiça sobre agressão sexual
Bardot também saiu em defesa do ator e diretor francês Nicolas Bedos, que foi declarado culpado em outubro de 2024 por agredir sexualmente duas mulheres
A lendária atriz francesa Brigitte Bardot defendeu, nesta segunda-feira, dois atores acusados de agressão sexual — entre eles Gérard Depardieu, que aguarda veredicto — e afirmou que eles deveriam poder “seguir com suas vidas”, em entrevista concedida à televisão.
Bardot, de 90 anos, falou ao canal francês BFM na véspera do anúncio da decisão de um tribunal de Paris no primeiro caso levado a julgamento contra Depardieu, acusado de agressão ou comportamento inadequado por cerca de 20 mulheres.
A atriz também saiu em defesa do ator e diretor francês Nicolas Bedos, que foi declarado culpado em outubro de 2024 por agredir sexualmente duas mulheres.
"Homens talentosos que colocam as mãos no traseiro de uma moça são jogados à sarjeta —, disse Bardot durante a entrevista feita em sua casa, no sul da França.
"Poderíamos ao menos deixá-los continuar com suas vidas", afirmou. E acrescentou: "O feminismo não é a minha praia"
O promotor Laurent Guy recomendou, em março, uma pena de 18 meses de prisão com sursis para Depardieu, de 76 anos, argumentando que os ataques denunciados pelas duas mulheres cujos casos estão sendo julgados foram “intencionais”.
Histórico de críticas ao #MeToo
Esta não é a primeira vez que Bardot critica abertamente o movimento #MeToo.
Em 2018, ela assinou uma carta aberta alegando que o movimento havia se tornado uma “caça às bruxas” puritana que ameaçava a liberdade sexual, e que as atrizes que denunciavam assédio sexual buscavam apenas publicidade.
Afastada das telas há mais de meio século, a estrela de cinema dos anos 1960 tornou-se desde então uma notável defensora dos direitos dos animais.
Durante a entrevista desta segunda-feira, Bardot pediu ao governo francês que abolissem a prática “horrível” da caça com matilhas de cães usadas para perseguir animais menores.
"Após 50 anos de súplicas ignoradas, o governo francês deveria ao menos me conceder essa vitória", disse.