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'Dragão Vigoroso': como é o caça chinês que ganhou credibilidade após derrubar aeronaves na Caxemira

Apresentado oficialmente em 2018, o J-10C destaca-se pelo uso de aviônicos de última geração, sistema de radar AESA e maior capacidade de guerra eletrônica

O caça chinês Chengdu J-10C - Hiroki.loh.st/Creative Commons

O recente conflito entre Índia e Paquistão está levando a uma reavaliação do armamento chinês, desafiando percepções antigas sobre sua suposta inferioridade em relação às armas ocidentais e gerando preocupação em regiões que veem Pequim com desconfiança.

O Paquistão comemorou o uso de seus caças chineses J-10C para abater cinco jatos indianos — incluindo aeronaves Rafale de fabricação francesa — na semana passada, em resposta a ataques militares da Índia. Embora os relatos não tenham sido confirmados, a fabricante do jato viu seu valor de mercado disparar em mais de 55 bilhões de yuans (cerca de US$ 7,6 bilhões), um salto superior a 25%, até o fim da semana passada.

Desenvolvido pela China, o J-10C representa uma das principais apostas do país na modernização de sua força aérea. Fabricado pela Chengdu Aircraft Corporation, o J-10C é uma versão aprimorada da família J-10, incorporando avanços tecnológicos que o colocam em um patamar comparável aos caças de quarta geração avançada.


Apresentado oficialmente em 2018, o J-10C destaca-se pelo uso de aviônicos de última geração, sistema de radar AESA e maior capacidade de guerra eletrônica, o que amplia significativamente sua eficácia em combate. A aeronave possui design delta com canards, o que lhe confere alta manobrabilidade, uma característica essencial em cenários de combate aéreo moderno.

Além de ser equipado com mísseis ar-ar de médio e longo alcance, como o PL-15, o J-10C também é capaz de realizar ataques de precisão contra alvos terrestres, o que lhe confere versatilidade. Embora ainda não seja classificado como um caça de quinta geração, o J-10C representa um salto qualitativo importante na indústria aérea chinesa, servindo como elo entre plataformas mais antigas e modelos furtivos como o J-20.

Ainda não se sabe como os J-10C — até então com pouca experiência em combate e usados para patrulhar o Estreito de Taiwan — se sairiam contra os caças norte-americanos F-16, principais modelos usados por Taiwan e testados em diversas guerras ao longo de décadas.

Outro armamento chinês usado pelo Paquistão também chamou a atenção: restos de mísseis ar-ar PL-15 foram encontrados na Índia após os supostos abates, sugerindo que essas armas estavam a bordo dos J-10C. Com velocidade acima de Mach 5, o PL-15 rivaliza com mísseis ocidentais semelhantes.

Após quatro dias de confrontos que colocaram Índia e Paquistão à beira de uma guerra em larga escala, ambos os países aceitaram um cessar-fogo, cuja mediação, segundo o presidente Donald Trump, contou com apoio dos EUA. A trégua, no entanto, permanece frágil, com cada lado reivindicando vitória e Nova Délhi resistindo a negociações com o Paquistão em território neutro.