CINEMA

Wagner Moura diz que encontrou diretor de "O Agente Secreto" em "um período difícil" para o Brasil

Segundo o ator, sua aproximação com o pernambucano Kleber Mendonça Filho ocorreu por motivos políticos

Wagner Moura, no Festival de Cannes - Xavier Galiana/AFP

Após a badalada première de “O Agente Secreto” no Festival de Cannes, Wagner Moura falou sobre a experiência de trabalhar com o pernambucano Kleber Mendonça Filho, diretor do filme. 

“Em momentos distópicos, você vê que pessoas diferentes se unem”, disse o ator baiano, durante coletiva de imprensa realizada no evento francês, nesta segunda-feira (19). 

Segundo Wagner, a aproximação entre ele e o cineasta ocorreu por razões políticas, em “uma época em que os brasileiros viveram um período difícil, com políticas autoritárias, e que notadamente a academia, a universidade, os artistas e a imprensa foram massacrados”. 
 

“Nós nos conectamos nesse lugar, de como é que a gente pode, enquanto artistas, se posicionar, se ajudar e dar uma resposta a essa situação”, comentou o artista.

O longa-metragem é ambientado no final dos anos 1970, retratando o clima de perseguição e censura da ditadura militar. Wagner interpreta Marcelo, um professor que retorna ao Recife em busca de um recomeço, mas logo percebe que sua vida na cidade não será fácil.

“O personagem que eu faço só quer viver com os valores que ele tem. E é muito triste que, em momentos distópicos, você se manter fiel ao seu caráter vire um perigo”, afirmou.