Rússia apresentará seus termos para encerrar a guerra na próxima semana, anuncia chanceler
Memorando de paz russo será compartilhado com a delegação ucraniana na nova rodada de negociações em Istambul, na segunda-feira (2)
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, anunciou nesta quarta-feira (28) que o país terminou de redigir o memorando de paz com os seus termos para encerrar o conflito na Ucrânia. Segundo o chanceler russo, o documento será apresentado a Kiev em uma nova rodada de negociações diretas em Istambul prevista para ocorrer na próxima segunda-feira.
— Nossa delegação, liderada por Vladimir Medinsky, está pronta para apresentar esse memorando à delegação ucraniana e fornecer as explicações necessárias durante uma segunda rodada de conversas diretas em Istambul na segunda-feira, (2) — disse Lavrov, sem fornecer detalhes sobre os termos do país.
Os esforços diplomáticos para acabar com o conflito se aceleraram nas últimas semanas em meio à pressão dos Estados Unidos. Em 16 de maio, os dois lados se reuniram em Istambul para suas primeiras conversas face a face em mais de três anos de guerra.
O encontro ocorreu após o presidente russo, Vladimir Putin, sinalizar que que estaria disposto a negociar com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky. Putin, no entanto, não viajou para a Turquia — ao contrário de Zelensky, que aproveitou o momento para se encontrar com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
— Gostaria de expressar mais uma vez nossa gratidão aos nossos parceiros turcos por oferecerem um local hospitaleiro, conforme confirmado ontem pelo ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, durante sua visita a Moscou — acrescentou Lavrov.
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A Ucrânia não comentou imediatamente o anúncio da Rússia.
Desde que retornou à Casa Branca em janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem pressionado os dois lados para que negociem o fim do conflito de três anos. Durante a sua campanha eleitoral, ele prometeu pôr fim ao conflito em 24 horas.
Nesta semana, o republicano chamou o presidente russo de "louco" e disse que sua intenção de conquistar a Ucrânia será sua "ruína". Horas depois, o Kremlin lançou o maior ataque aéreo contra o território ucraniano desde o início do conflito.