MUNDO

Reino Unido anuncia a construção de submarinos em seu plano de rearmamento

Keir Starmer confirma investimento de 15 milhões de libras em tecnologia militar avançada

Reino Unido anunciou que construirá 12 novos submarinos de ataque, e que deve inaugurar em 2 de junho de 2025 uma importante revisão de defesa para lidar com a natureza mutável da guerra. - ANDY BUCHANAN / POOL / AFP

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou nesta segunda-feira (2) a construção de até 12 submarinos de ataque como parte de seu plano de rearmamento para enfrentar as tensões globais e a "crescente" ameaça representada pela Rússia.

"A ameaça está cada vez mais séria, mais imediata e mais imprevisível do que em qualquer outro momento desde a Guerra Fria", disse Starmer em Glasgow, Escócia, onde anunciou o plano em uma plataforma com o slogan "Securing Britain's Future (Garantindo o Futuro da Grã-Bretanha, em tradução livre)".

Seu ministro da Defesa, John Healey, foi ainda mais claro no domingo em declarações à BBC.

Em sua opinião, a nova estratégia de rearmamento é "uma mensagem dirigida a Moscou", aludindo à "crescente" ameaça representada pela Rússia desde a invasão da Ucrânia em 2022.

A dúzia de submarinos com propulsão nuclear faz parte do programa de sua aliança militar Aukus com os Estados Unidos e a Austrália.

Investimento nuclear
Starmer também confirmou em Glasgow que o Reino Unido planeja investir 15 bilhões de libras (US$ 20,177 bilhões ou R$ 115 bilhões) em seu programa de produção de ogivas nucleares.

O anúncio faz parte do "fortalecimento de nossa dissuasão nuclear como a garantia máxima de nossa segurança", disse o líder trabalhista.

Entre as medidas anunciadas em Glasgow está a criação de seis novas fábricas de munições, com um investimento de 1,5 bilhão de libras (US$ 2,017 bilhões ou R$ 11,5 bilhões).

Antes do anúncio na Escócia, Starmer realizou extensas aparições na mídia para alertar sobre o anúncio de investimentos em rearmamento e defesa.

"O mundo mudou e estamos entrando em uma nova era", disse o líder trabalhista à BBC 4 nesta segunda-feira, pouco antes dos anúncios em Glasgow.

No domingo, em artigo publicado no tabloide The Sun, ele sinalizou sua intenção de "restaurar a capacidade de combate do Reino Unido como objetivo central de nossas forças armadas".

"Trata-se de reunir todas as capacidades que temos, de drones a artilharia, inteligência e instinto humano, para construir uma máquina de combate formidável e integrada", insistiu.

"Somos diretamente ameaçados por Estados com forças militares avançadas, então devemos estar preparados", enfatizou Starmer no domingo, citando Rússia, Irã e Coreia do Norte, mas não a China.

O governo britânico intensificou seus esforços nos últimos meses para acalmar as relações com Pequim, que se deterioraram sob governos conservadores anteriores.

A segurança da Europa e o papel do Reino Unido na Otan estão no cerne da missão liderada pelo ex-ministro e secretário-geral da Otan, George Robertson, em nome do governo, em um momento em que os Estados Unidos pressionam seus aliados da Otan a investirem mais em sua defesa.

O Reino Unido também planeja adaptar suas Forças Armadas à crescente implantação de novas tecnologias, como inteligência artificial e drones, que alteram a natureza dos conflitos. Na semana passada, John Healey anunciou a criação de um comando dedicado a capacidades cibernéticas, tanto defensivas quanto ofensivas.