DECLARAÇÃO

Zema defende anistia para Bolsonaro e diz que ditadura militar é "questão de interpretação"

Governador de Minas Gerais acrescentou que nunca se aprofundou no tema do regime instaurado com o golpe de 1964

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) - Marcos Corrêa/PR

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que a ditadura militar é uma "questão de interpretação", em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, nesta quarta-feira.

A declaração foi feita após o governador ser questionado se concederia anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) caso fosse eleito em 2026, o que ele confirmou.

"Não foram concedidos indultos a assassinos e sequestradores aqui, durante o que eles chamam de ditadura? Agora você não vai conceder?", respondeu Zema ao jornal.

Ao ser perguntado se tem ou não convicção de que o regime instaurado com o golpe militar de 1964 foi uma ditadura, o governador mineiro respondeu não ser historiador e nunca ter se aprofundado no tema.

"Acho que tudo é questão de interpretação", disse Zema, que voltou a ser questionado sobre a ditadura militar. "Eu prefiro não responder, porque acho que há interpretações distintas. E houve terroristas naquela época? Houve também. Então fica aí. Acho que os historiadores é que têm de debater isso. Eu preciso me preocupar, hoje, com Minas Gerais."

Zema não é o primeiro governador a sinalizar com a anistia ao eleitorado bolsonarista. Em maio, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) disse que concederia o perdão ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) caso vença o pleito presidencial em 2026.

— Caiado vai chegando na presidência da República e, no meu momento, vou resolver esse assunto, anistiar essa situação toda. E vamos discutir o problema de crescimento e de pacificação do país — disse o governador ao canal Globo News.

Em abril, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que o recurso é um “remédio político que já foi usado em outras oportunidades”, tendo também participado do ato pró-anistia na Avenida Paulista. No evento, também participaram outros governadores, como Mauro Mendes (União-MT), Jorginho Mello (PL-SC) e Cláudio Castro (PL-RJ).