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Saiba as melhores séries de 2025 até agora, segundo o New York Times

Obras populares, como ''The White Lotus'' e ''The Last of Us'', ficaram de fora da listagem

'Ruptura', 'Diários de um robô-assassino' e 'The Pitt' integram a lista de melhores séries de TV de 2025 - Divulgação

A primeira metade de 2025 contou com o retorno de séries de sucesso, como "Ruptura", "The White Lotus" e "The Last of Us", que se revezaram dominando a cena cultural, mas haviam sido adiadas pela greve no setor do entretenimento. No entanto, apenas uma delas entrou na lista de séries de TV do "New York Times". Continue lendo para descobrir qual e ver quais outras séries, novas e antigas, roteirizadas e de não-ficção, impressionaram mais nossos críticos de televisão (listadas em ordem alfabética).

''Andor''
A série baseada em episódios que antecedem o filme "Rogue One: Uma História Star Wars" (2016) é, sem dúvida, a história mais aclamada de "Star Wars" desde o lançamento do filme original. "Andor" oferece uma das explorações mais profundas da TV sobre as realidades políticas e os custos humanos de uma rebelião. A produção foi finalizada em maio, após duas temporadas e pode ser assistida no Disney Plus.

"Os 'prelúdios' são, muitas vezes, onde a tensão dramática vai morrer", escreve James Poniewozik. "Quão envolvido você pode estar em uma história cujo resultado você já sabe? A genialidade de 'Andor', criada por Tony Gilroy, é transformar este conhecimento em uma vantagem."

''Asura''
Escrito e dirigido por Hirokazu Koreeda, de "Assuntos de família" (2018), "Asura" é um drama japonês visualmente suntuoso e emocionalmente meticuloso na representação de quatro irmãs que lutam contra homens controladores e vivenciam relações complexas umas com as outras. A produção está disponível na Netflix.

A série foi definida pela crítica Margaret Lyons como "um pacote completo", uma vez que é um "drama doméstico detalhado, em escala humana, com muito o que dizer, personagens fascinantes e um estilo que faz tudo brilhar". "A desvantagem é que outros programas parecem insignificantes e fragéis em comparação. O lado positivo é todo o resto", conclui Lyons.

''Efeitos colaterais''
Disponível no Max, este thriller de conspiração animado gira em torno de uma droga milagrosa à base de um cogumelo mágico. Um ambientalista não convencional quer utilizá-la para curar o mundo e vários vilões — especialmente a indústria farmacêutica — tentam impedi-lo ou controlá-lo. Além disso, ela também conta com a presença de uma tartaruga.

A série é "tão rara e preciosa quanto o cogumelo milagroso que seu herói, Marshall (Dave King), descobre na selva", escreveu Lyons. "Inteligência, humor, estilo e perspectiva raramente se alinham tão harmoniosamente. Não há muitas produções que tenham tanto a dizer, e ainda menos o dizem com tanto estilo", finaliza.

''Terapia de casal''
Em maio, a série documental "Terapia de casal", que acompanha as sessões feitas pela Dra. Orna Guralnik com casais que enfrentam várias formas de crises, encerrou sua quarta temporada.

"Alguns pares parecem tão inadequados que nos perguntamos como chegaram até aqui em primeiro lugar, enquanto outros parecem tragicamente enraizados, incapazes de mudar qualquer um dos padrões em suas vidas - até agora, é claro", diz Lyons sobre a produção, que está disponível no streaming da Paramount. "

"A magia do show é que, através da paciência e sondagem da Dra. Guralnik, as pessoas mudam diante dos nossos olhos. Revelar-se é difícil; compreender-se é ainda mais desafiador. Os quatro casais desta temporada foram empurrados em direções diferentes (para o altar, para o divórcio, para o silêncio, para a revelação), mas cada relacionamento foi transformado. A maioria dos programas apela para vários artifícios a fim de aumentar a quantidade de conflitos ou fazer revelações impactantes, mas 'Terapia de casal' consegue fazer isso com algumas falas bem colocadas. "

''Esterno notte''
A primeira série de televisão do grande cineasta italiano Marco Bellocchio, "Esterno notte" revisita o sequestro e assassinato do político Aldo Moro, pelos Brigadas Vermelhas, em 1978. Além da produção, ainda indisponível no Brasil, Bellocchio já chegou a explorar o episódio anteriormente no filme "Bom dia, noite" (2003).

"O rapto e a morte de Moro foi um momento decisivo nos anos de chumbo, quando bombardeios, tiroteios, sequestros e assassinatos por motivos políticos convulsionaram a Itália e outros países europeus", escreve Mike Hale. "Essa é uma história que pode se comunicar com qualquer um que tem uma sensação de viver em tempos perigosos. Como diz um personagem em 'Esterno notte', uma sociedade pode tolerar uma certa dose de loucura, mas 'quando o partido louco tem a maioria, veremos o que acontece'."

''Mr Loverman''
Baseada no romance de Bernardine Evaristo, esta série britânica, ainda indisponível no Brasil, acompanha a história de um elegante londrino chamado Barrington Jedidiah Walker (Lennie James), homem devoto à sua esposa, seus filhos e a seu melhor amigo e amante de muitas décadas, Morris (Ariyon Bakare). A série alterna entre as perspectivas dos personagens e usa flashbacks para traçar o relacionamento de Barry e Morris, de volta aos seus primeiros dias em sua terra natal, Antígua.

"'Loverman' é polido e literário, praticamente sedoso. Chega a ser sublime", escreve Lyons sobre a série, que é transmitida pelo streaming BritBox. "É natural ficar confuso com as escolhas dos outros: 'Por que você faria isso?', 'Por que não disse nada?', 'Por que ficou?", 'Por que foi embora?". Muitas séries contemporâneas (até mesmo várias boas) recorrem a explicações fáceis e prontas para explicar o passado dos personagens, mas aqui o retrato é mais profundo e completo do que isso. Medo e dor, amor e lealdade: nunca são uma coisa só."

''Diários de um robô-assassino''
Esta série de ficção científica do Apple TV+ é baseada no romance "Todos os sistemas vermelhos" de Martha Wells. Na produção, Alexander Skarsgard interpreta um robô cínico, que é encarregado de proteger uma comunidade espacial mais naturalista, mas prefere apenas assistir a suas novelas na TV.

"O verdadeiro trunfo da história, adaptada por Chris e Paul Weitz, é a visão de mundo sarcástica da forma de vida artificial no centro da trama", escreve Poniewozik. "Skarsgard dá vida à narração em off, que é impressionante, mas igualmente importante é sua atuação física, que transmite poder casual e uma inquietação constante. 'Diários de um robô-assassino' é estranho, tenso, inconfundivelmente alienígena, mas sua queixa soa estranhamente familiar: ele só quer ser deixado em paz para maratonar seus programas, como 'Chance, o jardineiro', se estiver com armas nos braços."

''Pee-wee Herman: por trás do personagem''
Este documentário da HBO, disponível no Max e dividido em duas partes, detalha como o artista Paul Reubens criou seu amado alter ego, Pee-wee Herman, e como a fama do personagem afetou o resto de sua vida.

"O que se desdobra, durante mais de três horas, é em parte uma história pública: como Reubens canalizou seu gênio em uma criação anárquica, que cruzava os mundos da arte alternativa e da TV infantil e depois teve sua vida descarrilada por escândalos inventados que o assombraram até o fim", diz Poniewozik. "É também, em parte, uma história privada cativante sobre arte, ambição, identidade e controle. O que significa se tornar famoso como outra pessoa? (O título do documentário refere-se ao crédito de atuação em 'Pee-wee's Big Adventure', como resultado do qual Reubens permaneceu em grande parte desconhecido mesmo quando sua personalidade se tornou uma estrela mundial). E quais foram as implicações de ser obscurecido por sua criação, especialmente para um homem gay em uma Hollywood ainda muito homofóbica?"

''The Pitt''
Com uma estrutura hora a hora, ao estilo "24 horas", a série "The Pitt", disponível no Max, infunde os prazeres conhecidos por séries de médico, com uma intensidade febril e referências narrativas à pandemia e a questões sociais contemporâneas.

"The Pitt gerou um melodrama à moda antiga a partir de uma compreensão simples: a emergência é onde as pessoas vão parar quando algo dá errado, seja com o corpo individual ou com o corpo político", escreve Poniewozik. "E o que está errado com o corpo dos Estados Unidos? Amigo, pegue uma senha; a sala de espera está lotada."

''Ruptura''
Em sua segunda temporada, a produção, cheia de dramas de um ambiente de trabalho psicodélico, aprofunda seus mistérios e amplia sua paleta emocional, à medida que os funcionários mentalmente "separados", seus entes queridos e seus chefes travam batalhas (às vezes literalmente) por agendas conflitantes e pelo futuro da empresa Lumon Industries. A série retornou em janeiro, na Apple TV+, após quase três anos do fim da primeira temporada.

"Parece que seus criadores usaram cada segundo dessa ausência de forma produtiva", opina Poniewozik. "A temporada segue por novos caminhos, mas continua sendo a série mais ambiciosa, insana e absolutamente prazerosa da TV. Um labirinto ao estilo M.C. Escher, cujas reviravoltas nunca atrapalham sua voz, seu coração e seu senso de humor."