Bombas, só se forem as de São João
A angústia global, presente nos protestos em Telaviv, nas várias cidades americanas, no cemitério de Gaza, nas cidades da Ucrânia invadida, em Teerã e tantos outros redutos do planeta, revelam que o mundo não tem absolutamente nada a comemorar, nem mesmo o surpreendente Happy Birthday presidencial com direito a parada militar em Washington.
É incrível chegar onde chegamos, a despeito dos alertas e das preces, para que a tragédia global não voltasse a se repetir com tanta contundência como a que temos assistido, ledo engano dos que tinham a ilusória esperança por tempos melhores, promessas dos donos do mundo que anunciavam um “day after” de paz, de harmonia e de justiça.
Acompanhando a trajetória das bombas no Oriente onde a única certeza é de quem vai ganhar a guerra é a morte, a extinção da vida, desprezo comportamental pelo sacro na Terra Santa, consagrando o mais abominável do sentimento profano, antítese do humano em todas as suas vertentes.
Os fóruns universais de comunhão entre os povos nos pilares econômicos, políticos e sociais, tais como ONU, G7, BRICS e tantos outros, parecem estar prestes a desaparecer, vez que não são ouvidos, desprezados caíram em desgraça, se resumindo em palcos exibidores de discursos ao vento, ou ameaças ostensivas e veladas, proferidas por “Magnus” e patéticos admiradores de si próprios, ridículos, ignorantes, adoradores dos seus feitos como heranças para a posteridade.
Isto posto, sem arrodeios, as evidências revelam que já estamos assistindo e sofrendo os primeiros estilhaços da Terceira Guerra Mundial, com a eficácia das bombas substituindo as palavras do esforço diplomático.
Desprovidos de autocrítica os donos do mundo acompanham com ufanismo extremo sua indisfarçável participação e responsabilidade no ambiente de terror que acomete o planeta, reciclando o ódio, o antagonismo, a crueldade, as atrocidades, mostrando que nada mudou, ou se mudou foi pra pior, pra muito pior, a maldade de última geração.
Como reação a tudo isso, que nos constrange nos amedronta com a escalada da guerra e da morte no Oriente Médio, da guerra contra os indigentes migrantes, da guerra Ucrânia/Rússia, de Israel/Gaza, de Israel/Irã, a ameaça a repetição de Guerra Civil nos EUA polarizado, só nos resta no pobre espaço Tupiniquim reagir com as saudáveis bombinhas de São João e seu exército com o concurso de Santo Antônio e São Pedro para nos proteger com resíduos do que resta de união e alegria para enfrentar o que vem pela frente.
São João, São João, ascende a fogueira do meu coração!
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