MUNDO

Mais de dois milhões de sírios voltaram para casa desde a queda de Assad, segundo a ONU

Guerra civil que eclodiu em 2011 com a repressão brutal do regime aos protestos antigovernamentais deslocou metade da população internamente ou para o exterior

Refugiados sírios aguardam na Turquia para retornar à Síria - Ozan Kose/AFP

Mais de dois milhões de sírios que fugiram de suas casas durante a guerra em seu país voltaram desde a destituição de Bashar al-Assad, disse o chefe da agência de refugiados da ONU, Filippo Grandi, nesta quinta-feira, antes de uma visita à Síria.

A guerra civil síria, que eclodiu em 2011 com a repressão brutal de Assad aos protestos antigovernamentais, deslocou metade da população internamente ou para o exterior. Mas a queda do regime em 8 de dezembro, pelas mãos das forças islâmicas, despertou esperanças de retorno.

É “um sinal de esperança em meio às crescentes tensões regionais", escreveu Grandi no X sobre o retorno da população síria durante uma visita ao vizinho Líbano, que abriga cerca de 1,5 milhão de refugiados sírios, de acordo com estimativas oficiais. “Isso prova que precisamos de soluções políticas — não de outra onda de instabilidade e deslocamento.”

Após 14 anos de guerra, muitos retornados enfrentam a realidade de encontrar suas casas e propriedades gravemente danificadas ou destruídas. Mas com o recente levantamento das sanções ocidentais contra a Síria, as novas autoridades esperam obter apoio internacional para iniciar a reconstrução, que a ONU estima que possa custar mais de US$ 400 bilhões.

No início deste mês, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) estimou que até 1,5 milhão de sírios do exterior e 2 milhões de deslocados internos podem retornar até o final de 2025.