Suinocultores do Agreste apostam em práticas sustentáveis para aumentar produtividade
Projeto do Sebrae, em parceria com a Adepe, impulsiona a sustentabilidade e a inovação entre os criadores, além de fomentar a troca de experiências e o associativismo
O Sebrae-PE desenvolveu uma ação para atender gratuitamente 20 produtores de suínos em São Bento do Una, Lajedo, Canhotinho e Tupanatinga com novas técnicas produtivas até maio de 2026. O projeto chamado “Fortalecimento da suinocultura sustentável: inovação e valor na produção do Agreste Meridional” em parceria com a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) conta com investimentos de R$ 327 mil.
Nesse contexto, os suinocultores do Agreste Meridional estão apostando em inovações, como os biodigestores, para promover sustentabilidade e eficiência na produção. As atividades começaram na quarta-feira (18) com o seminário “Oportunidades para a suinocultura no Agreste Meridional”. A principal meta da iniciativa é implantar biodigestores em todas as propriedades dos participantes.
“Além de tratar adequadamente os dejetos produzidos pelos suínos, evitando a contaminação do solo e da água, o equipamento gera biogás, que pode ser utilizado como fonte de energia para diversas atividades da propriedade. E o resíduo final do processo é um biofertilizante rico em nutrientes que pode ser aplicado em pastagens e culturas. O biodigestor é uma solução prática e econômica, contribuindo para a melhoria das condições sanitárias, o aumento da produtividade e para a sustentabilidade das pequenas propriedades familiares”, destaca Lucas Araújo, analista do Sebrae/PE.
A redução, em até 15%, dos custos de produção, e a redução, em 12%, do tempo de animais disponíveis para abate, também estão entre os objetivos do projeto.
Crescimento
Segundo o IBGE, o rebanho de suínos em Pernambuco, em 2023, era de aproximadamente 188.385 cabeças, distribuídas em 45.961 estabelecimentos. O resultado posicionou o estado no 9º lugar entre os maiores produtores brasileiros e com um crescimento de rebanho superior a 32% nos últimos quatro anos. Em relação ao Nordeste, Pernambuco salta para a 2ª posição, ficando atrás apenas do Ceará, que possuía um rebanho de 219.928 cabeças.
Ainda segundo o IBGE, o Agreste Meridional abrigava as 1ª e 3ª maiores produções de suínos. Na época, se destacaram os municípios de São Bento do Una com 36.253 cabeças e Lajedo com 5.285 cabeças.
Desafios
Apesar do crescimento, a cadeia da suinocultura no Agreste Meridional ainda enfrenta reflexos de sua condição como subatividade complementar à bovinocultura de leite. Diante disso, os pequenos produtores são influenciados a adotar práticas não profissionalizadas.
De acordo com análises do projeto do Sebrae/PE, entre os problemas que precisam ser solucionados estão: a falta de compreensão clara dos custos de produção e potenciais de expansão da atividade, a falta da atuação técnica sobre manejo reprodutivo, sanitário e alimentar, escassez de investimento na sustentabilidade ambiental, especialmente na gestão de resíduos e falta visão para acesso a novos mercados na suinocultura.
“Dessa forma, a promoção do fortalecimento deste arranjo produtivo no Agreste Meridional é essencial para o desenvolvimento econômico, social e ambiental, focando nas vocações locais”, conclui Lucas Araújo.