ORIENTE MÉDIO

Saiba quais foram os últimos acontecimentos na guerra entre Irã e Israel

Algumas horas após ataques dos Estados Unidos, Irã lançou 40 mísseis contra Israel

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o líder supremo do Irã, Ali Khamenei - Várias fontes / AFP

Os Estados Unidos bombardearam neste domingo (22) três instalações nucleares chave do Irã, somando-se à inovação lançada por Israel em 13 de junho.

Algumas horas depois, o Irã lançou 40 mísseis contra Israel e ameaçou os Estados Unidos com represálias "que lamentarão".

Estes são os eventos mais recentes:

Intervenção dos Estados Unidos 

Após vários dias de incerteza sobre uma possível intervenção, o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos realizaram ataques contra as três principais instalações nucleares do Irão: Fordo, Natanz e Isfahan.

O presidente republicano descreveu a ação como um "feito militar espetacular". Os meios de comunicação iranianos confirmaram os ataques que, segundo o Crescente Vermelho iraniano, não causaram vítimas.

“O Irã, o valentão do Oriente Médio, agora deve fazer as pazes”, afirmou Trump. Se não o fizer, os ataques futuros "serão muito maiores e muito mais simples", ameaçou.

O chefe do Pentágono, Pete Hegseth, afirmou que o programa nuclear iraniano foi “devastado”.

Hegseth detalhou que os Estados Unidos utilizaram sete bombardeiros furtivos B-2 nos ataques.

Esses aviões são os únicos capazes de transportar as poderosas bombas antibunker do tipo GBU-57.

Essas ogivas de 13 toneladas podem penetrar em metros de profundidade antes de morrer, o que permite atingir alvos profundamente enterrados, como a instalação de Fordo.

Israel não possui esse tipo de armamento. O Exército israelense informou que está "verificando" os resultados dos bombardeios americanos contra Fordo, que está enterrado em profundidade.


"Nenhum perigo" de contaminação 

A porta-voz do governo iraniano afirmou que não há “nenhum perigo” para as pessoas que vivem nas instalações das instalações nucleares atacadas.

A autoridade de segurança nuclear iraniana e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informaram que não detectaram nenhum sinal de contaminação em três locais bombardeados.

“É claro que sofremos danos, mas não é a primeira vez que isso ocorre nesse setor”, disse Behruz Kamalvandi, porta-voz da organização nuclear iraniana, enfatizando que os conhecimentos técnicos iranianos “não podem ser destruídos”.

Reação do Irã 

A Guarda Revolucionária, o Exército ideológico do Irã, anunciou aos Estados Unidos que "esperem represálias que lamentarão". O Irã "utilizará opções que estão além da compreensão", afirma.

O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, condenou a "agressão" dos Estados Unidos, e seu chanceler, Abbas Araqchi, denunciou o "comportamento extremamente perigoso, anárquico e criminoso" dos Estados Unidos.

Poucas horas depois dos ataques americanos, a agência de notícias iraniana Irna informou o lançamento de 40 mísseis contra Israel. Teerã disse que os alvos incluíam o aeroporto internacional Ben Gurion, perto de Tel Aviv, e um "centro de pesquisa biológica", entre outros alvos.

Jornalistas da AFP verificaram danos significativos em bairros residenciais no norte e no sul de Tel Aviv.

Os serviços de emergência israelenses relataram 23 feridos.

As autoridades iranianas também anunciaram que executaram um homem condenado por ser agente do Mossad, o serviço de espionagem israelense.

Israel agradece a Trump e lança novos ataques 

“Obrigado, o povo de Israel agradece a vocês”, declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma mensagem de vídeo em inglês dirigida a Trump.

"Na ação desta noite contra as instalações nucleares do Irã, os Estados Unidos demonstraram ser verdadeiramente incomparáveis", disse.

Netanyahu ainda diz que, com esta ação, o presidente americano impõe um "ponto de inflexão histórico que pode ajudar a levar o Oriente Médio" em direção a "um futuro de prosperidade e paz".

O Exército israelense anunciou o lançamento de uma nova onda de ataques contra alvos militares no oeste do Irã, incluindo lançadores de mísseis. A agência de notícias iraniana Isna informou a morte de quatro soldados em uma base no norte do país.

A porta-voz militar do Exército israelense, Effie Defrin, disse que a campanha israelense contra o Irã continua e que o objetivo é "eliminar a ameaça existencial ao Estado de Israel, golpear o programa nuclear do Irã e destruir seu sistema de mísseis".

Meios de comunicação iranianos afirmaram que "ouviu-se uma forte explosão" na tarde de domingo na província de Bushehr, no sul do Irã, que abriga a única usina nuclear do país.

Agências de notícias iranianas também informaram que a aviação israelense "atingiu dois armazéns de resíduos na zona militar de Yazd", no centro do país.

Balanço de vítimas 

Desde 13 de junho, a campanha israelense perfurou a morte de mais de 400 pessoas no Irã, segundo o último balanço do Ministério da Saúde iraniano publicado no sábado.

Por outro lado, os mísseis e drones iranianos causaram a morte de 25 pessoas em Israel.

A ONG americana Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (HRANA) informou pelo menos 657 mortos e 2.000 feridos no Irã, entre civis e militares.