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Geração Z: o olhar do mercado para o cliente conectado

Nascidos entre 1995 e 2010, os consumidores da Geração Z cresceram em um mundo conectado - Freepik

Há uma parcela da população que deve ser levada em consideração em meio a essas transformações digitais e novos hábitos de consumo que vêm atravessando a sociedade: a Geração Z.

Representando cerca de 34 milhões de pessoas no Brasil (16% da população brasileira), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em março de 2024, os nascidos entre 1995 e 2010 cresceram em um mundo conectado, digitalizado.

Tiveram uma formação cultural e social ligada às dinâmicas que se dão no ambiente digital. Naturalmente, eles interagem nesse ambiente de forma mais desenvolta que as gerações anteriores.

Não só interagem como influenciam. Afinal, o comportamento dos consumidores nascidos na Geração Z - como eles pesquisam, adquirem e compram produtos ou serviços - está, forçosamente ou não, impulsionando o mercado a se adaptar a novas exigências e repensar formas e estratégias sobre como conquistar, como engajar essa parcela do público, que apresenta algumas características próprias.

Autenticidade, transparência, ética, sustentabilidade, consciência crítica, ativismo, são algumas das características - ou valores - que fazem brilhar os olhos dos nativos digitais quando se trata de engajamento diante de uma marca.

“São os nativos digitais. Eles nasceram na era digital. Os millenials [nascidos entre 1981 e 1996] pegaram, ainda, uma transição. Já os da Geração Z são muito mais conscientes dessa relação de forças entre marcas e consumidores”, comenta Izabela Domingues, professora da UFPE e sócia da Consumix Consultoria.

“Essas gerações têm uma percepção muito maior, em função do tipo de comportamento que é habilitado por plataformas, que o produto e o serviço são relevantes, mas eles são literalmente as fundações para você resolver problemas”, considera Silvio Meira, cientista, criador do Porto Digital, investidor e time advisor da LeFil Company.

Ativismo
Empresas que apresentam preocupação com causas sociais e ambientais ganham mais pontos com os consumidores da Geração Z, que são mais críticos, socialmente engajados e conscientes, e valorizam marcas que atuam de forma ativista e transparente.

O mercado ainda tenta compreender e assimilar o potencial de consumo da Geração Z | Foto: Freepik

“O que é que a empresa realmente faz no aspecto socioambiental? Tem coerência isso? Essa questão da coerência da marca é algo muito importante”, considera Roberta Andrade, gestora do programa de Cultura da Inovação Centrada no Cliente do Sebrae-PE.

“Ela [Geração Z] tem um olhar muito mais ativista em relação às marcas que se colocam de maneira sexista, de maneira racista, de maneira xenofóbica”, complementa Izabela Domingues.

Fluxo
Por ter um mundo nas telas ao alcance de um clique, o que acaba ensejando também toda uma mudança de paradigmas de um mercado que agora se desloca do físico para o digital, a Geração Z é esse público em potencial, desejável, mas que ainda está sendo compreendido, assimilado. 

“É um desafio para as marcas, hoje, poderem fidelizar essa geração, porque é uma geração que já nasceu na era do fluxo. A era digital é a era do fluxo. Nada começa, nada termina, tudo é fluxo”, comenta Izabela Domingues. Ela também destaca a percepção que a Geração Z tem sobre adquirir um produto ou serviço. 

“[A Geração Z] Tem um olhar muito mais de uso do que de posse, porque ela nasceu nessa era digital, em que a economia do compartilhamento ganhou força. Ou seja: eu não quero o carro, eu quero usar o deslocamento. Eu não quero comprar esse apartamento, eu vou usar esse lugar para estar em determinado dia e horário”.