Atom inova no mercado de capitais
Empresa disponibiliza recursos para traders operarem no mercado financeiro. Diferencial é a ausência de carga horária fixa
Digamos, no entanto, que você tivesse a possibilidade de especular com altos valores de capital e ficar apenas com os lucros que gerasse? A paulistana Atom aportou no Recife em julho deste ano e quer disponibilizar dinheiro para que traders - anglicanismo que classifica os “comerciantes” do mercado de renda variável - negociem a posse de ativos.
Havendo lucro, o trader fica com 40% de tudo que gerar, enquanto as perdas são absorvidas pela dona do capital - a mesa proprietária. No Recife, a Atom é a segunda empresa a realizar esse tipo de operação. Seu diferencial, segundo o responsável pelo escritório recifense, Diogo Bandeira, é não exigir horas fixas de seus colaboradores - qualquer pessoa, com qualquer formação (e outros empregos) pode ser admitido para fazer uma "renda extra".
É isto que se chama de "mesa proprietária". Uma empresa com grande disposição de ativos entrega seus recursos a operadores capacitados para que apostem no mercado financeiro. Dentro de um limite mensal de perdas, o risco é completamente absorvido pela mesa, e os traders embolsam uma parcela pré-acordada dos resultados (na Atom, o valor pode escalar até 65%, a depender do desempenho do colaborador). Porém, é o próprio trader quem decide a hora de parar de trabalhar. Cinco, quatro, duas horas diárias. Nenhuma, até.
“Mas o mercado ainda é verde no Recife. A gente está tendo dificuldade para chamar os traders”, pontuou Bandeira, lembrando que, para operar o dinheiro da Atom, é necessário passar por uma espécie de "prova prática". Por isso, desde a chegada à cidade, a empresa tem concentrado o trabalho em educar e formar novos profissionais para o mercado financeiro. A empresa dispõe, hoje, de três modalidades de cursos presenciais, dois deles para investidores mais maduros. O primeiro, no entanto, contempla iniciantes, e ensina os conceitos mais básicos e teóricos do mercado financeiro.
Depois da primeira etapa, que inclui duas horas de aulas diárias, durante cinco dias, o trader em formação passará dez dias úteis operando contratos e ações no simulador da Atom. A plataforma reproduz todas as movimentações da Bolsa de Valores de São Paulo, em tempo real. O trabalho da segunda fase é monitorado por profissionais da matriz da empresa, localizada em Sorocaba, São Paulo, e dura três horas diárias, das 9h às 12h. Finalizado o curso, o operador está apto a ingressar no processo seletivo da empresa - que também acontece através do simulador em tempo real - para integrar sua mesa proprietária.
Diogo Bandeira começou operando capital próprio, há dois anos. Resolveu fazer a avaliação da Atom para “operar com o capital deles e deixar o meu dinheiro mais seguro”, diz.