Hungria, Índia e Polônia retornam ao espaço
A missão Axiom 4, decolou da Flórida às 2h31 no horário local (3h31 no horário de Brasília)
Astronautas da Índia, Polônia e Hungria decolaram nesta quarta-feira (25) rumo à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), em uma missão privada americana que representa o retorno ao espaço das três nações após várias décadas.
A missão Axiom 4, que também inclui uma astronauta americana, decolou da Flórida às 2h31 no horário local (3h31 no horário de Brasília), a bordo de um foguete Falcon 9 da SpaceX, a empresa espacial de Elon Musk.
O primeiro estágio reutilizável do Falcon 9 aterrissou com sucesso em sua zona de pouso pouco depois.
A cápsula Crew Dragon que transporta o grupo se acoplará à ISS na quinta-feira às 8h00 no horário de Brasília e permanecerá na estação espacial por até 14 dias. Inicialmente, a missão estava planejada para partir em 11 de junho, mas teve que ser adiada devido a um vazamento no foguete.
A tripulação é formada pelo piloto indiano Shubhanshu Shukla, o polonês Slawosz Uznanski-Wisniewski, o húngaro Tibor Kapu e a americana Peggy Whitson, ex-astronauta da Nasa que agora trabalha para a Axiom Space, uma empresa americana que oferece serviços de voos espaciais privados.
Durante a estadia, eles realizarão cerca de 60 experimentos, principalmente com microalgas e tardígrados (animais microscópicos conhecidos como ursos d'água).
Os voos espaciais anteriores de astronautas da Índia, Polônia ou Hungria haviam acontecido há mais de 40 anos.
"Um voo fantástico"
Esse voo representa um marco nas ambições espaciais de Nova Delhi.
"Foi um voo fantástico", disse Shubhanshu Shukla após a decolagem.
"Este não é apenas o início de minha jornada para a Estação Espacial Internacional: é o início do programa espacial tripulado da Índia", disse ele.
Shubhanshu Shukla "carrega consigo os desejos, esperanças e aspirações de 1,4 bilhão de indianos", escreveu o primeiro-ministro indiano Narendra Modi nas mídias sociais.
O piloto de 39 anos tornou-se o primeiro indiano na ISS e o segundo a entrar em órbita depois de Rakesh Sharma, que chegou à estação espacial soviética Salyut 7 em 1984.
Espera-se que sua participação na missão Axiom seja um passo-chave para o primeiro voo tripulado que a Índia planeja realizar em 2027.
Os três países financiam a missão de seus astronautas.
A Hungria anunciou em 2022 que pagaria 100 milhões de dólares (550 milhões de reais) por seu assento. Índia e Polônia não revelaram quanto desembolsaram por este momento de orgulho nacional e 'soft power'.
De acordo com meios indianos, Nova Delhi gastou mais de 60 milhões de dólares (330 milhões de reais).
"Conseguimos!"
"Conseguimos! A Polônia alcançou as estrelas", disse o primeiro-ministro polonês Donald Tusk no X, junto com um vídeo dele acompanhando o lançamento ao vivo em uma tela no Centro de Ciências Copernicus, em Varsóvia.
"Quem sabe quantos futuros astronautas poloneses assistiram ao lançamento do Slawosz comigo. Todos eles estavam muito animados e orgulhosos", disse Tusk em outra mensagem, que incluía uma foto dele sentado com várias crianças no centro científico.
"Mais uma vez, um astronauta húngaro está no espaço - uma fonte de imenso orgulho! Boa sorte para Tibor Kapu", escreveu o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, no Facebook.
A missão ocorre após a explosiva disputa no início de junho entre o presidente americano, Donald Trump, e Elon Musk, durante a qual o homem mais rico do mundo ameaçou desmantelar sua cápsula Crew Dragon. Poucos dias depois, ele mudou de ideia.
Utilizada pela Axiom, esta última desempenha um papel crucial para a Nasa, por ser a única nave espacial americana autorizada a transportar astronautas para a ISS.
O conflito entre os dois colocou em evidência a interdependência entre o governo dos Estados Unidos e a SpaceX, usada não apenas pela Nasa, mas também pelo Pentágono para enviar tripulações, cargas e satélites ao espaço.