São João 2025

Campeã do 39ª edição do Concurso de Quadrilhas Juninas do Recife, Lumiar se apresenta até agosto

De acordo com o presidente e marcador Fábio Andrade, a temporada da Lumiar deve se estender até agosto, com apresentações ao redor do Brasil

Campeã do 39ª edição do Concurso de Quadrilhas Juninas do Recife, Lumiar se apresenta até agosto - Rafael Melo/Folha de Pernambuco

O ciclo junino da vencedora da 39ª edição do Concurso de Quadrilhas Juninas Adultas do Recife, a Quadrilha Lumiar, do bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, está longe de terminar. Com o espetáculo “O Casório do Curió”, que celebra a literatura de cordel e a força do imaginário popular, o grupo conquistou seu oitavo título na história da competição e seguirá brilhando nos palcos até o início do próximo semestre. 

De acordo com o presidente e marcador Fábio Andrade, a temporada da Lumiar deve se estender até agosto, com apresentações em festivais nos bairros do Recife, no interior do estado e em palcos de renome ao redor do Brasil. 

Nesta terça-feira (25), o grupo participou do concurso da Liga no Sítio Trindade. Nesta quarta (26), se apresenta em Maranguape. No fim de semana (28 e 29), estará no concurso de quadrilhas da Rede Globo. Em julho, tem data marcada em Goiânia (5 e 6), para a final da Fequajupe — a Federação das Quadrilhas Juninas de Pernambuco — e, no dia 20, em Campina Grande, na Paraíba. A depender do resultado em Goiânia, a Lumiar poderá disputar a final nacional no Maranhão ou no Pará, ainda sem data confirmada.

Com 31 anos de história, sendo os últimos 28 sob a liderança do presidente e marcador Fábio Andrade, a Lumiar é um organismo vivo. 

“A gente fica muito feliz em trazer o “Casório do Curió ", um texto cordel. A gente traz uma quadrilha muito raiz, com musicalidade, sanfonas, bomba, triângulo, xaxado, baião e muito arrasta pé ", contou Fábio, que também interpreta personagens como Cordélia, a contadora de cordéis, nesta edição. 

“O maior desafio de colocar uma quadrilha desse porte num São João, numa competição de grande porte, é isso: é um trabalho do ano todo. Quando a gente acaba o São João, a gente já inicia o outro”, completou. 

A beleza e originalidade dos figurinos da Lumiar também são destaques. Os trajes nascem de um trabalho coletivo e detalhista, com mutirões e, claro, muita manutenção.

“É feito todo um estudo, bem a fundo, dentro do tema que a quadrilha escolhe. Até chegar ao processo final, seguimos um caminho nada fácil, mas que é extremamente satisfatório no final”, relatou o figurinista Yuri Lima, que entrou na Lumiar em 2019 e também participa como quadrilheiro.  

 “Estudamos o tema a fundo. Tudo precisa ser funcional e belo. E cada peça é cuidada com amor, como se fosse da própria família”, explicou Yuri.

Para o cenógrafo Antônio Olivier, “o maior desafio de produzir uma cenografia para uma quadrilha como a junina Lumiar é a responsabilidade de fazer o melhor e mais grandioso projeto, que se una e some junto às coreografias, figurinos e todos os outros quesitos que formam o conjunto”.

Além da construção, a cenografia também precisa de manutenção constante. “É contínuo esse trabalho de manutenção, tendo em vista os vários deslocamentos desse material. É um cuidado como com um filho. É o nosso trabalho, algo criado por nós, então nos apegamos à nossa arte e fazemos de tudo para preservá-la”, pontuou o cenógrafo.

Compositor de todas as músicas inéditas do Lumiar nesta temporada, Léo Marques afirmou que a ligação afetiva com a festa é a sua grande inspiração. “Minha maior inspiração são as memórias afetivas que tenho”, lembrou. 

Este ano, ele fez ainda a adaptação do “Casório do Curió” e confessou: “Cada ano é um grande desafio. Gostaria que todo mundo pudesse manter viva essa tradição, porque não é fácil, é muito difícil, é uma luta muito grande para todas as quadrilhas, e valorizar essa cultura da gente, que eu amo tanto, desde criança, e que eu tenho muito medo de perder”.

A rainha da Lumiar, Evelize Freire, vive a tradição desde os 10 anos. “Entrei na Lumiar com 10 anos, no ano de 2010, e estou na família há mais de 15 anos. A responsabilidade de estar na Lumiar e de ser a rainha é muito grande. Então, a cada apresentação eu tenho que dar o meu melhor”, disse.

Ela resume o sentimento de vencer com emoção: “Quando chegamos na arena, nos concursos, obtemos esse resultado, é maravilhoso gritar o ‘É campeã’. É um trabalho de meses que deu certo”, conclui.

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