Netanyahu denuncia artigo de imprensa que acusa Exército israelense de massacrar civis
"São mentiras mal-intencionadas destinadas a manchar as Forças de Defesa de Israel", disse em comunicado
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou "categoricamente", nesta sexta-feira (27), um artigo do jornal israelense de esquerda Haaretz que diz que soldados israelenses teriam recebido ordens para atirar contra civis desarmados que esperavam receber ajuda humanitária em Gaza.
"O Estado de Israel rejeita categoricamente as repugnantes acusações de assassinato ritual publicadas no jornal Haaretz", escreveu Netanyahu em um comunicado conjunto com seu ministro de Defesa, Israel Katz.
"São mentiras mal-intencionadas destinadas a manchar as Forças de Defesa de Israel, o Exército mais moral do mundo", acrescenta o texto.
O Haaretz publicou nesta sexta-feira um artigo intitulado: "É um campo de massacre: soldados das FDI receberam ordens de atirar deliberadamente em moradores de Gaza desarmados que esperavam ajuda humanitária".
No artigo, o jornal cita vários soldados, sob condição de anonimato, que afirmam ter recebido ordens de seus comandantes para atirar nas multidões reunidas perto dos centros de distribuição de ajuda na Faixa de Gaza para dispersá-las, mesmo quando não representavam nenhuma ameaça.
O artigo foi publicado após a multiplicação de tragédias durante a distribuição de ajuda humanitária, que causaram dezenas de mortes desde o final de maio.
Consultado pela AFP, o Exército israelense reconheceu que, em várias ocasiões, nesse tipo de situações, seus soldados abriram fogo contra "suspeitos" que representavam uma "ameaça".
"Rejeitamos firmemente a acusação feita no artigo de Haaretz", indicou, no entanto, um porta-voz militar.
Ele garantiu que as Forças Armadas "não deram ordens aos soldados para atirar deliberadamente contra civis, incluindo aqueles que se aproximam dos centros de distribuição".
O Haaretz escreve que "o procurador-geral militar encarregou uma estrutura interna do Exército de investigar supostos crimes de guerra" nos casos em que civis palestinos foram mortos por tiros israelenses perto desses centros.
Consultado pela AFP sobre este ponto específico, o Exército israelense indicou que não havia nenhum comentário a fazer.