Ex-presidente Bolsonaro cancela compromissos de julho após sentir-se mal
A declaração foi publicada por seu filho Flávio no
O ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou o cancelamento de todos seus compromissos de julho após se sentir mal na noite de terça-feira (1) e procurar atendimento de emergência, segundo um comunicado.
"Crise de soluços e vômitos tornaram-se constantes, fato que me impedem até de falar", disse Bolsonaro em um breve comunicado assinado pelo ex-presidente e publicado por seu filho Flávio no X.
O líder de extrema direita, de 70 anos, passou por uma cirurgia para tratar uma obstrução intestinal em abril e responde no Supremo Tribunal Federal a um processo por tentativa de golpe de Estado.
Após a complexa cirurgia abdominal de 12 horas que o manteve internado em terapia intensiva por várias semanas, os médicos recomendaram que evitasse aglomerações.
No entanto, desde então, tem sido a atração principal de diversos eventos públicos, o mais recente deles no último domingo em São Paulo, onde atraiu milhares de pessoas.
Bolsonaro responde no Supremo Tribunal Federal a um processo por supostamente liderar uma "organização criminosa" que planejou um golpe de Estado para mantê-lo no poder após sua derrota nas eleições de 2022 para o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a acusação, o suposto plano golpista não se concretizou devido à falta de apoio do alto comando militar.
Bolsonaro pode ser condenado a até 40 anos de prisão. Ele alega ser vítima de perseguição política para impedi-lo de concorrer à presidência no ano que vem, apesar de estar inelegível até 2030 por disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral.
"O Jair precisa deste tempo para se recuperar completamente. Tenho fé de que Deus o ajudará, e logo, logo ele estará 100% para retomar suas agendas de trabalho", escreveu sua esposa, Michelle, no Instagram.
"Não preciso ser o presidente"
O ex-presidente (2019-2022) enfrenta um julgamento perante o Supremo Tribunal Federal por supostamente liderar uma "organização criminosa" que planejou um golpe de Estado para mantê-lo no poder após sua derrota nas eleições para Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a acusação, o suposto plano não se concretizou devido à falta de apoio da alta cúpula militar.
Durante seu interrogatório perante o tribunal no mês passado, Bolsonaro admitiu ter considerado "dispositivos constitucionais" após o fracasso de suas contestações eleitorais, mas negou qualquer participação em um plano para impedir a posse de Lula.
"Nunca se falou em golpe, golpe é uma coisa abominável", declarou aos ministros.
O julgamento continuará com a apresentação de argumentos finais antes que os magistrados iniciem a votação para proferir a sentença.
Caso seja considerado culpado, Bolsonaro pode ser condenado a até 40 anos de prisão.
Ele alega ser vítima de uma "perseguição política" para impedi-lo de candidatar-se às eleições presidenciais de outubro do próximo ano, apesar de estar inelegível até 2030 por espalhar desinformação sobre o sistema eleitoral.
Embora até agora tenha se apresentado como o candidato indiscutível da direita, no domingo, durante o ato na Avenida Paulista, deixou aberta a possibilidade de que não seja assim.
"Me deem 50% da Câmara e do Senado que eu mudo o destino do Brasil. Nem preciso ser presidente", acrescentou.
Lula, de 80 anos, mostra-se decidido a buscar a reeleição.