Após críticas por gastos em viagens, Lula troca hotel por embaixada durante passagem pela Argentina
Em 2023, ao visitar o país, ficou em aposento cuja diária era de R$ 14,9 mil; presidente participa da cúpula do Mercosul
Com a pressão crescente da oposição sobre os custos de suas viagens internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu se hospedar na Embaixada do Brasil em Buenos Aires durante a cúpula do Mercosul, que será realizada nesta semana.
Em sua primeira visita oficial ao país vizinho, em janeiro de 2023, Lula optou por ficar instalado no tradicional e luxuoso Alvear Palace Hotel, onde a diária da suíte presidencial girava em torno de R$ 14,9 mil na cotação da época.
A escolha gerou desgaste político e abriu espaço para críticas sobre supostos excessos na política externa.
A decisão de abrir mão de acomodações de luxo e utilizar as instalações diplomáticas brasileiras foi confirmada pelo governo. O Palácio do Planalto afirma que a embaixada possui estrutura adequada para receber o presidente e sua comitiva, garantindo segurança e privacidade.
Aliados de Lula afirmam que a decisão faz com que o governo fique fora de polêmicas que desviem o foco das discussões econômicas e estratégicas do bloco, como as negociações com a União Europeia.
Apesar do gesto, esses auxiliares negam que essa uma tentativa de sinalizar austeridade e responder às acusações de gastos excessivos com hotéis e deslocamentos em agendas fora do país.
A embaixada é localizada em uma região nobre da capital argentina, conta com uma residência oficial ampla, equipe permanente e protocolos de segurança já integrados à rotina diplomática.
Desde o início de seu terceiro mandato, os custos das viagens presidenciais têm sido motivo de debate. Lula está na Argentina para assumir a presidência do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
O presidente fica na Argentina apenas até quinta-feira. Na parte da noite, deve viajar para o Rio de Janeiro, onde já tem agenda na manhã de sexta-feira.
A postura adotada pelo Planalto ocorre em meio a um contexto de desgaste nas relações com o Congresso Nacional, baixa aprovação popular e crescente cobrança por medidas mais eficazes de gestão fiscal.