FACÇÃO CRIMINOSA

O que se sabe sobre o líder do PCC que foi preso em estacionamento de supermercado

A prisão ocorreu na quinta-feira (3) na região metropolitana de Cuiabá

Ricardo Batista Ambrózio, vulgo Perfume ou Kaiak - reprodução

A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu Ricardo Batista Ambrózio, de 44 anos, vulgo Perfume ou Kaiak, apontado como "sintonia final da rua" do Primeiro Comando da Capital (PCC). A prisão de Ambrózio ocorreu na quinta-feira (3) no estacionamento de um supermercado de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.

"Esta prisão representa um duro golpe contra o crime organizado, pois retira das ruas um dos principais articuladores da facção fora do sistema prisional", afirmou a delegada da Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá, Eliane da Silva Moraes. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Ambrózio.

Ambrózio é considerado com o um dos responsáveis pela liderança da organização fora do sistema prisional, segundo denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco-SP). "Esse indivíduo já foi um dos chamados 'Sintonia Geral da Rua', atuando lado a lado com nomes conhecidos", disse ao Estadão o coronel Valmor Racorti, comandante dos batalhões de Choque da PM de São Paulo. "Trata-se de um criminoso das antigas, com relevância e respeito nas ruas."
 

Como as investigações tiveram início?
Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, as investigações que levaram a polícia até Ambrózio começaram após a mulher dele procurar a Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) para tirar a segunda via de documentos de seus filhos. Toda sua família, a mulher de Ambrózio, de 32 anos, e seus dois filhos, de 12 e 15 anos, utilizavam documentação falsa.

Após localizarem Ambrózio no estacionamento do supermercado, os policiais foram até a casa dele e apreenderam uma pistola com a numeração raspada, três veículos e diversos aparelhos celulares. O líder do PCC foi autuado em flagrante pelos crimes de uso de documento falso e posse de arma de fogo com numeração suprimida, cujas penas, somadas, podem chegar a 12 anos de reclusão.

Por que Ambrózio era considerado foragido?
Com a prisão, também foi cumprido um mandado expedido em 2016 pela 1.ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, decorrente de condenação a 16 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa e associação para o tráfico de drogas.