Ex-diretores do FBI e CIA são investigados por supostas falhas no caso das eleições de 2016
Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump tomou uma série de medidas contra aqueles que considera seus inimigos
A Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI) abriu uma investigação criminal contra seu ex-diretor James Comey e o ex-chefe da CIA John Brennan, ambos críticos de Donald Trump, informou a imprensa americana nesta quarta-feira. Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump tomou uma série de medidas contra aqueles que considera seus inimigos.
Segundo a Fox News, o FBI vai se concentrar em "possíveis irregularidades" na investigação sobre as acusações de interferência russa nas eleições de 2016, vencidas por Trump, e em supostas declarações falsas ao Congresso.
O diretor da CIA, John Ratcliffe, nomeado por Trump, teria transmitido ao diretor do FBI, Kash Patel, uma série de "provas" sobre Brennan que sustentariam uma possível acusação, ainda de acordo com a Fox News, que citou fontes do Departamento de Justiça. Comey e Brennan foram nomeados pelo ex-presidente democrata Barack Obama.
Perguntada sobre a suposta investigação durante uma entrevista na noite de terça-feira à Fox News Channel, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse estar "feliz".
— Ambos os indivíduos desprezíveis se voltaram contra nossa Constituição e nosso país — declarou Leavitt. — E tenho certeza que, de fato, mentiram ao Congresso. Se isso ocorreu, o Departamento de Justiça deve investigar e processá-los.
Durante seu primeiro mandato (2017–2021), Trump demitiu Comey quando ele chefiava uma investigação sobre se algum membro da campanha do republicano havia conspirado com Moscou para influenciar as eleições de 2016 entre ele e a candidata democrata Hillary Clinton.
Na época, a investigação ficou a cargo do procurador especial Robert Mueller, que concluiu que houve interferência da Rússia nas eleições de 2016 em favor de Trump. Mas Mueller destacou que a investigação "não estabeleceu que membros da campanha de Trump conspiraram ou se coordenaram com o governo russo" para a "interferência eleitoral".
Em 2018, Trump revogou a autorização de segurança de Brennan, que permite acesso a informações classificadas. Acusou-o de fazer "alegações infundadas e escandalosas" sobre seu governo.
Procurado, o Departamento de Justiça recusou-se a confirmar a abertura de uma investigação sobre Comey e Brennan.
— Não comentamos investigações em andamento — disse uma porta-voz do departamento nesta quarta-feira.