TARIFAS

Krugman diz que tarifaço sobre Brasil é "maligno e megalomaníaco" e não vê legitimidade econômica

Economista americano disse que alegação usada pelo presidente americano não tem justificativa econômica legítima

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump - Evaristo Sá/AFP e Mandel Ngan/AFP

Colunista do jornal The New York Times e Nobel de Economia de 2008, o americano Paul Krugman se manifestou nesta quarta -feira após o presidente Donald Trump impor tarifas de 50% ao Brasil.

Em um artigo sob o título "O Programa de Proteção ao ditador de Trump" , ele comentou a carta enviada ao governo brasileiro, afirmando que a alegação usada pelo americano não tem nenhuma justificativa econômica legítima.

Em vez disso, afirmou, é retratada como punição pelo fato de o Brasil ter levado o ex-presidente Jair Bolsonaro a julgamento, destacando que ele perdeu a última eleição, mas tentou se manter no poder por meio de um golpe que anulasse o resultado.

Krugman afirma ainda que não é a primeira vez que Trump tenta usar a política tarifária com objetivo político, contrariando o sistema de comércio internacional estabelecido desde a Segunda Guerra Mundial para promover a paz e a democracia por meio da integração econômica.

O economista classifica a decisão de Trump de impor tarifas ao Brasil de megalomaníaca, destacando que a ideia de que as sobretaxas poderiam coagir um país grande, com mais de 200 milhões de habitantes, que nem sequer depende tanto do mercado americano, é absurda.

Segundo ele, não só megalomaníaco, mas maligno. "Se ainda tivéssemos uma democracia funcionando, essa manobra com o Brasil, por si só, já seria motivo suficiente para um impeachment. Claro, teria que entrar na fila atrás de todos os outros motivos'. afirmou.