Brasil

PSOL entra com ação pedindo a prisão de Eduardo Bolsonaro após tarifaço de Trump

Partido quer que parlamentar responda por crimes como atentado à soberania nacional, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e Golpe de Estado

Eduardo Bolsonaro - Lula Marques/ Agência Brasil

O PSOL ingressou com uma ação na Procuradoria-Geral da República, nesta quinta-feira, com um pedido de prisão contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O partido quer que o parlamentar responda por crimes como atentado à soberania nacional, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e Golpe de Estado.

Na quarta-feira, Eduardo elogiou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre o Brasil, a partir de 1° de agosto.

O deputado também disse no texto que o Congresso precisa aprovar uma anistia ampla aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro.

A sigla afirma que o deputado "atenta contra a soberania nacional e tenta sabotar as instituições brasileiras em uma atuação de lobby contra o Brasil com ações anti-diplomáticas equiparáveis a uma declaração de guerra, tamanho potencial de efeitos econômicos negativos".

“É inaceitável que um parlamentar fuja do Brasil para conspirar contra o próprio país e articule medidas que prejudicam a economia nacional. Ao menos a hipocrisia dos autointitulados patriotas que batem continência para a bandeira dos Estados Unidos (EUA) ficou escancarada", afirma Paula Coradi, presidenta nacional do PSOL.

O parlamentar está, desde fevereiro, nos EUA trabalhando por manifestações de defesa do ex-presidente e de aplicações de sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Para o PSOL, "o lobby da família Bolsonaro nos EUA integra uma segunda etapa do 8 de janeiro, pois, após não conseguirem depor pela força o governo eleito, buscam agora alianças externas para pressionar e prejudicar economicamente o Brasil".

“Querem chantagear o Estado Brasileiro com sabotagem internacional às nossas instituições. Isso é crime, não pode passar batido”, diz Coradi.

Como mostrou a colunista do GLOBO Bela Megale, lideranças de partidos do Centrão alinhados a Jair Bolsonaro avaliam que o tarifaço imposto por Donald Trump sobre o Brasil enfraquece Eduardo como candidato à Presidência em 2026.

“A carta do presidente Donald J. Trump ao presidente brasileiro é clara, direta e inequívoca. E reflete aquilo que nós, há muito tempo, temos denunciado: o Brasil está se afastando, de forma deliberada, dos valores e compromissos que compartilha com o mundo livre”, declarou Eduardo em uma carta assinada junto com Paulo Figueiredo, infuenciador de direita e filho do ex-ditador João Figueiredo.

A avaliação é que Eduardo errou ao pedir, nas redes sociais, que os brasileiros agradecessem o presidente americano depois do anúncio do tarifaço. A visão dos líderes do Centrão é que o deputado federal licenciado fez uma espécie de celebração da taxa, medida que inegavelmente prejudica o Brasil.