cultura

Masp suspende venda de cavaletes de Lina Bo Bardi após investigação do Iphan

Peças eram comercializadas pelo valor de R$75 mil; institução diz que os bens não são tombados de maneira "individual e autônoma"

Masp - Fabiano Antunes/Rota 1976

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) suspendeu a venda dos cavaletes de cristal idealizados por Lina Bo Bardi, após a abertura de um processo administrativo pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para apurar o caso.

Num comunicado anterior, do mês passado, a instituição informou que havia cinco cavaletes, feitos na de vidro temperado, ainda disponíveis para compra no museu. Em nota enviada nesta sexta-feira (11), o Masp explicou que os artigos "foram inicialmente oferecidos a conselheiros e patronos, e, em seguida, ao público em geral por meio da presença da Loja Masp em feiras de arte".

A venda dos itens foi iniciada em 2022, diante de restrições orçamentárias impostas pela pandemia. Na ocasião, o museu colocou à venda, por R$ 75 mil cada, 20 cavaletes remanescentes de lotes produzidos entre 1968 e 1996. A operação, porém, não foi comunicada ao Iphan, que afirma que as peças são tombadas. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmado pelo Globo. Em nota, enviada anteriormente, o Iphan destacou que tanto o prédio do Masp quanto os cavaletes “são tombados em nível federal, constando no Livro do Tombo desde 2008”.

Em nota anterior, o museu explicou que, em 2015, “com base em um criterioso processo de readequação técnica e museológica”, “desenvolveu uma nova geração de cavaletes” de acordo com “padrões contemporâneos de conservação e expografia”, respeitando a “concepção original de Lina Bo Bardi”. Na época, o museu passou por uma grande renovação que trouxe os cavaletes de volta, após quase 20 anos de sem o seu uso.