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Eike Batista: ativos da MMX no Porto do Sudeste vão a leilão com lance mínimo de R$ 60 milhões

Complexo portuário foi vendido para Trafigura e Mubadala. Mineradora teve falência decretada em 2021

Empresário Eike Batista - Ao total serão somados R$ 3 milhões a serem usados para quitar dívidas jurídicas do processo de falência - Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

Os ativos que a massa falida da MMX — mineradora fundada por Eike Bastista — detém no Porto do Sudeste, na Baía de Sepetiba, em Itaguaí, irão a leilão no próximo dia 19 de agosto. O lance mínimo foi fixado em R$ 60 milhões, conforme o edital do trâmite.

O Porto do Sudeste foi projetado para escoar a produção da MMX em Minas Gerais. A mineradora, contudo, teve falência decretada em 2021, tendo sido engolida pela derrocada da antiga EBX, holding de empresas de Eike Batista.

Com isso, em 2014, quando a mineradora entrou em recuperação judicial, o porto foi comprado pela holandesa Trafigura e pelo fundo soberano de Abu Dhabi, o Mubadala.

O leilão engloba 9.519.226 debêntures conversíveis em ações do Porto do Sudeste, além de 6.336.766 ações da empresa. Juntos, esses ativos foram avaliados em R$ 57,88 milhões pela B23 Capital Assessores Financeiros.

O lance mínimo ficou definido em R$ 60 milhões. Ao total serão somados R$ 3 milhões a serem usados para quitar dívidas jurídicas do processo de falência.

O Planck Investimentos em Infraestrutura foi definido como primeiro proponente, em sistema de stalking horse offer.

Ou seja, esse fundo de investimento tem preferência para levar o ativo pelo valor mínimo estipulado. Outros interessados nos ativos deverão apresentar propostas mais altas. Vence a de maior preço, sendo que o Planck pode optar por cobrir esse lance.

O certame será realizado presencialmente, com condução do leiloeiro Erick Soares Teles, na sala de audiências da 4ª Valara Empresarial da Justiça do Estado do Rio de Janeiro, no Centro. As propostas serão abertas e os participantes poderão, então, fazer ofertas de valores mais altos.

Condenado na Justiça e na CVM, Eike vem trabalhando para voltar à cena dos grandes negócios.

Desta vez, aposta em combustível verde, com a produção de etanol a partir de uma supercana-de-açúcar. A ideia é que o insumo seja usado ainda para fabricar combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) e embalagens biodegradáveis.

A nova empreitada seria patrocinada pela venda de um criptoativo que acabou barrada no país pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O ex-bilionário atendeu as exigências do regulador, justificando que o Eike token foi criado para ser comercializado fora do Brasil. Ele planeja levantar US$ 100 milhões com essa operação, ou um décimo do que diz valer a nova empreitada.