Rui Costa compara os Bolsonaro a "sequestradores" e Flávio rebate
Ministro criticou tentativa de colocar anistia como uma solução viável para o fim das tarifas impostas pelos Estados Unidos
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) rebateu, neste domingo, as declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticando a postura da família Bolsonaro em relação à tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Segundo o ministro, a tentativa de colocar a anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 como a solução para o fim da taxação lembra a postura de "sequestradores", que estipulam condições para conseguir o que querem. Para o parlamentar, a comparação é um "amadorismo".
A afirmação do ministro ocorreu neste domingo, pela manhã, durante uma agenda em Salvador, onde participou da entrega de 260 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida. Ele declarou apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e criticou a tentativa de negociar as tarifas em troca de anistia política.
"É algo medíocre. Eu vi os vídeos dos filhos dele (Jair Bolsonaro). Parece aqueles filmes de sequestradores, o cara começa a estipular condição: 'ou você faz o que eu quero e paga o preço, ou vão sofrer as consequências'. Parece vídeo de sequestrador que impõe às famílias condições para devolver o seu ente querido". afirmou.
Ainda de acordo com Rui Costa, a atuação "com certeza ficará registrada como uma lembrança triste".
"A lembrança que o povo tem (de Jair Bolsonaro) é de um governo que levou a 700 mil mortes de Covid-19 porque ele pregava absurdos. Hoje a gente está vendo algo até pior, com essa postura de sequestradores por parte da família dele."
Também neste domingo, Flávio rebateu a comparação. Segundo ele, Rui Costa e o governo Lula ignoram as graves consequências da ação dos Estados Unidos e escolhem atacar adversários.
"Fico impressionado com o amadorismo de Rui Costa. Está mais preocupado em culpar alguém do que resolver a grave situação que o Brasil se encontra, em parte por causa da catastrófica política externa de Lula”, afirmou o senador em entrevista à CNN. "Preferem ver o Brasil ser taxado em 200% do que sentar como adulto na sala".
Flávio declarou, ainda, esperar "contar com os votos do PT no Congresso" para aprovar a "anistia ampla, geral e irrestrita" e reverter as tarifas americanas.
"Esse é o primeiro passo para a taxação de 50% não entrar em vigor já agora no dia 1º de agosto. Quem for contra a anistia, é contra o Brasil!”, completou.
Defesa de retaliação ao Brasil
Na semana passada, logo após a medida anunciada por Donald Trump, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) elogiou a decisão americana e afirmou que o Congresso precisa aprovar uma "anistia ampla" aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro. A declaração foi dada em uma carta assinada junto com Paulo Figueiredo, infuenciador de direita e filho do ex-ditador João Figueiredo.
“Apelamos para que as autoridades brasileiras evitem escalar o conflito e adotem uma saída institucional que restaure as liberdades. Cabe ao Congresso liderar esse processo, começando com uma anistia ampla, geral e irrestrita, seguida de uma nova legislação que garanta a liberdade de expressão — especialmente online — e a responsabilização dos agentes públicos que abusaram do poder”, declarou.