Peste pneumônica: o que você precisa saber sobre a doença após a morte de paciente nos EUA
Doença rara relacionada à peste bubônica é curável desde que tratada rapidamente
A morte de um morador do estado do Arizona, nos EUA, por peste pneumônica, uma doença rara, gerou preocupação e dúvida, já que a peste negra matou milhões de pessoas na Idade Média.
O paciente chegou ao pronto-socorro e morreu no mesmo dia, de acordo com informações da Northern Arizona Healthcare, organização que administra o Flagstaff Medical Center, hospital em que o paciente foi atendido.
Embora seja considerada uma doença medieval, a peste ainda existe. Mas hoje, ela é tratável por meio de antibióticos, desde que o diagnóstico seja rápido. Confira abaixo as principais dúvidas sobre a doença.
O que é a peste?
A peste é uma doença infecciosa causada pela bactéria Yersinia pestis. Existem três formas comuns de peste: bubônica, pneumônica e septicêmica.
A peste bubônica é a mais conhecida entre elas, pois foi responsável pela Peste Negra, pandemia que causou a morte de milhões de pessoas na Idade Média.
Qual é a diferença entre os três tipos de peste?
A peste bubônica é a mais conhecida envolve uma infecção dos gânglios linfáticos, enquanto a peste pneumônica afeta os pulmões, e a peste septicêmica, o sangue. Os tipos podem coexistir se a bactéria se espalhar pelo corpo após uma infecção inicial.
Qual é a diferença entre peste pneumônica e peste bubônica?
A peste pneumônica e a peste bubônica são as principais formas de infecção por peste e a diferença entre elas está na via de contágio e nos sintomas desenvolvidos. A peste bubônica é a forma mais comum de peste e é causada pela picada de uma pulga infectada.
A bactéria Y. pestis entra no organismo pela picada da pulga e viaja pelo sistema linfático até o linfonodo mais próximo, onde se replica. O linfonodo fica inflamado, tenso e dolorido, sendo chamado de "bubão".
Em estágios avançados, os linfonodos inflamados podem se transformar em feridas abertas cheias de pus. Em casos avançados, a peste bubônica pode se espalhar para os pulmões e se transformar em peste pneumônica, que é considerada uma forma mais grave da infecção.
Já a peste pneumônica, ou peste pulmonar, é a forma mais virulenta de peste. A bactéria infecta o pulmão, causando inflamação grave e insuficiência respiratória. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), a peste pneumônica é a única forma que pode ser transmitida de pessoa para pessoa, em vez de animal para pessoa, por meio de gotículas transportadas pelo ar e o período de incubação pode durar apenas 24 horas.
A forma pneumônica é a mais letal da doença. No entanto, as taxas de recuperação são altas se forem detectadas e tratadas a tempo (dentro de 24 horas do início dos sintomas).
Quais são os sintomas da peste?
De acordo com a Clevenland Clinic, alguns sintomas de peste ocorrem em todos os tipos e alguns dependem se você tem peste bubônica, septicêmica ou pneumônica. Os sintomas incluem:
Febre;
Calafrios;
Dores de cabeça e no corpo;
Fraqueza e fadiga;
Tontura;
Náuseas, vômitos e diarreia;
Gânglios linfáticos inchados e doloridos (peste bubônica);
Dor abdominal e sangramento pelo nariz, boca ou sob a pele (peste septicêmica);
Falta de ar, dor no peito, tosse e muco sanguinolento ou aquoso (peste pneumônica).
Como é a transmissão da peste?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), humanos podem ser infectados por meio de:
picada de pulgas vetoras infectadas;
contato desprotegido com fluidos corporais infecciosos ou materiais contaminados;
inalação de gotículas respiratórias/pequenas partículas de um paciente com peste pneumônica.
A peste tem cura?
A OMS afirma que a peste é facilmente tratada com antibióticos, embora seja vital procurar tratamento o mais rápido possível. O período de incubação da peste pneumônica pode ser de apenas um dia, e de dois a oito dias para a peste bubônica.
"A peste pneumônica pode ser fatal dentro de 18 a 24 horas após o início da doença, se não for tratada", alerta a OMS.
Especialistas em saúde também recomendam medidas preventivas, como o uso de repelente de insetos e produtos antipulgas em animais de estimação, casas à prova de roedores e uso de luvas caso seja necessário manusear um animal doente.