EUA

Conta de Elmo de "Vila Sésamo" no X é invadida e publica mensagens antissemitas

Incidente expõe aumento de discurso de ódio na plataforma desde aquisição por Elon Musk, em 2022

Elmo, personagem do programa Vila Sésamo - Reprodução/Twitter

Elmo, o emblemático personagem do programa infantil "Vila Sésamo", teve sua conta na rede social X hackeada com mensagens antissemitas e contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Algumas publicações pediam o extermínio do povo judeu e rotulavam Trump como "fantoche" do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, além de acusar o presidente americano de estar incluido nos "arquivos Epstein" — documentos confidenciais sobre a investigação de tráfico sexual e pedofilia contra o multimilionário Jeffrey Epstein, que se enforcou em uma prisão federal em Nova York em 2019.

Cerca de 650 mil usuários seguem Elmo, o monstro vermelho peludo que estrela o programa infantil desde sua estreia em 1969 no canal de televisão americano PBS.

Várias mensagens foram publicadas no domingo à tarde antes de serem deletadas.

Um porta-voz do Sesame Workshop, a organização sem fins lucrativos por trás de "Vila Sésamo", disse à AFP que "um hacker desconhecido publicou mensagens repugnantes", incluindo algumas "antissemitas e racistas".

Esse ataque é o mais recente de uma série de incidentes de discurso de ódio na plataforma desde que o bilionário Elon Musk comprou o então Twitter em 2022 e eliminou as políticas de moderação que ele considera censura.

No sábado a xAI, empresa de Musk focada em desenvolver ferramentas de inteligência artificial, se desculpou por publicações antissemitas no X feitas pelo seu assitente de IA Grok. "Pedimos desculpas pelo comportamento horrível que muitos observaram", escreveu a xAI na conta oficial do Grok no X.

Após uma atualização em 7 de julho, o chatbot, em algumas de suas respostas, elogiou Adolf Hitler, mencionou "estereótipos antibrancos" no X e a representação "desproporcional" de judeus em Hollywood.

O antissemitismo está no centro das discussões nos Estados Unidos após dois funcionários da embaixada israelense serem assassinados em frente a um museu judaico em Washington em maio.

Um ataque com bomba incendiária durante um protesto no Colorado em apoio aos reféns israelenses mantidos em Gaza deixou mais de uma dezena de pessoas feridas em junho. Uma mulher de 82 anos morreu posteriormente devido aos ferimentos.