Rosane Svartman reforça antagonistas para tirar "Dona de Mim" da monotonia e manter audiência
A telenovela é transmitida pela TV Globo de segunda a sábado, às 19h20
Com êxitos como “Bom Sucesso” e “Vai na Fé” no currículo, Rosane Svartman é uma das poucas novelistas que seguem em alta na Globo. Mesmo em um momento de audiências mais pulverizadas, a autora conseguiu fisgar o público com “Dona de Mim”, sua atual aposta das sete.
Com história simpática e cheia de diversidade, Rosane trouxe de volta sua fórmula equilibrada de romance, vilanias, bandeiras sociais e humor que tem marcado suas obras. Porém, até mesmo em time que está ganhando é possível mexer um pouco e, na busca por caminhos diferentes, a trama passa por um momento de alteração exatos três meses após sua estreia. A tática é bem-vinda já que, mesmo com bom público, o enredo protagonizado por Clara Moneke na pele da obstinada Leona andava estagnado.
De todas as adições, a mais eficiente foi a entrada de Wanderson, de Armando Babaioff. Depois de se destacar como o principal antagonista de “Bom Sucesso”, Babaioff retorna ao posto em uma trama da mesma novelista e mostra sua habilidade com o texto de Svartman.
Na pele de Wanderson, o pai da pequena Sofia, de Elis Cabral, conseguiu mexer em toda a estrutura narrativa, explodindo de vez a relação entre os irmãos Jaques e Abel, de Marcello Novaes e Tony Ramos. É neste movimento que a autora faz seu passo mais arriscado ao matar Abel, personagem cheio de nuances que dá a Tony mais uma chance de mostrar o grande ator que é. O desfalque, entretanto, deixará um vazio em cena, visto que Abel é um dos personagens mais recorrentes e fortes da história.
Sem Abel, Rosane tem a possibilidade de mexer em tipos que ainda não mostraram muito bem sua função em “Dona de Mim”. Dos talentos desperdiçados, o caso mais crítico é o de Cláudia Abreu. Mesmo cheia de autonomia e sempre muito criteriosa com os convites para fazer novelas, Claudia tem se envolvido com produções bem aquém de seu talento nos últimos anos, casos de “Geração Brasil” e “A Lei do Amor”. Na pele de Felipa, uma atriz disposta a retomar a carreira e cheia de crises existenciais, a intérprete corre pelas beiradas em uma personagem que carece de motivação. Agora, com o destaque da relação entre Felipa e sua filha, a misteriosa e ambiciosa Nina, de Flora Camolese, Abreu terá mais chances de mostrar seu vasto e bom repertório na faixa das sete.