Moraes mantém prisão de Delgatti por invasão ao CNJ; Zambelli segue foragida
Hacker e deputada foram condenados por inserir documentos falsos em sistema da Justiça; pena inclui indenização de R$ 2 milhões
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a prisão preventiva de Walter Delgatti Neto, condenado a 8 anos e 3 meses de reclusão por invadir sistemas da Justiça brasileira.
A decisão, publicada neste sábado (19), considera que permanecem os fundamentos que justificaram a detenção do hacker, como a "periculosidade social" e o risco à ordem pública e à aplicação da lei penal.
No mesmo processo, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada a 10 anos de prisão e teve a perda do mandato parlamentar decretada. Ambos foram responsabilizados por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, após a inserção de documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um mandado de prisão forjado contra o próprio Moraes.
Manifestação
A manifestação do ministro foi uma resposta ao pedido da defesa de Delgatti, que solicitava progressão ao regime semiaberto. Os advogados alegaram que o hacker, preso há dois anos no presídio de Tremembé (SP), já teria cumprido 20% da pena.
A defesa sustenta que Delgatti foi "iludido" por promessas de Zambelli, apontada como mentora intelectual do plano. Já os advogados da deputada alegam que ele é "mentiroso compulsivo" e negam envolvimento dela, tendo inclusive solicitado uma acareação on-line.
Além das penas de reclusão, Moraes determinou que Delgatti e Zambelli paguem R$ 2 milhões por danos morais e materiais coletivos.
Zambelli, por sua vez, segue foragida na Itália. Após a condenação, pediu licença médica da Câmara dos Deputados para tratamento nos Estados Unidos e participou de uma live em que afirmou que não voltaria ao Brasil. Diante da fuga, Moraes decretou sua prisão preventiva e determinou a inclusão do nome dela na lista vermelha da Interpol.