Escassez de mão de obra é desafio no Polo de Confecções do Agreste
Evento reúne empresários em Caruaru para debater o problema e as necessidades reais das empresas da região
A dificuldade em contratar e reter profissionais qualificados se tornou o principal entrave ao avanço do Polo de Confecções de Pernambuco, um dos mais importantes do país. Reunindo cerca de 30 mil empresas — muitas ainda na informalidade — em cidades como Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, o setor enfrenta um descompasso crescente entre suas demandas e a realidade do mercado de trabalho local.
Não faltam encomendas nem produção. Falta gente preparada. As lacunas se concentram mais nas funções operacionais, como costura e acabamento, mas já se estendem a áreas técnicas que exigem maior especialização, como modelagem e engenharia têxtil. E o problema é menos conjuntural e mais estrutural: o modelo de formação profissional ainda não acompanha a velocidade com que o setor vem evoluindo. A cadeia precisa de mão de obra qualificada e reduzir a alta rotatividade, pressionada por fatores como salários baixos, excesso de informalidade e a concorrência de setores mais atraentes, como o varejo e os aplicativos.
A crise, segundo especialistas, é resultado de múltiplos fatores. Há uma mudança geracional em curso: muitos jovens preferem empreender por conta própria ou buscar rotinas mais flexíveis do que as oferecidas pelo chão de fábrica. Ao mesmo tempo, pequenas e médias confecções perdem força na disputa por talentos diante de empresas maiores e mais estruturadas. Isso cria um círculo vicioso que desorganiza a base produtiva do polo e compromete sua competitividade em um mercado cada vez mais exigente.
Embora iniciativas de capacitação não faltem na região, há uma desconexão com as necessidades reais das empresas. E a ausência de dados atualizados — reflexo direto da informalidade que marca o setor — dificulta o planejamento de políticas públicas eficazes. Sem informação de qualidade, o risco de adotar soluções genéricas e ineficientes aumenta.
Neste contexto, o Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções em Pernambuco (NTCPE) realiza nesta terça-feira (22), em Caruaru, o I Fórum NTCPE Summit. Com o tema “Mão de obra: Desafios e Oportunidades”, o evento contará com representantes da Associação Brasileira da Industria Têxtil e de Confecções (ABIT), Fiepe, Sebrae/PE, CETIQT e Adepe para discutir caminhos práticos e estruturados. O público local espera encontrar inspiração para seus problemas em empresas que adotaram práticas vitoriosas em outras regiões.
O Polo de Confecções representa um dos maiores ativos econômicos do Nordeste, mas para continuar crescendo, precisa lidar com urgência com seus gargalos.
Missão China da Teleport
Na próxima sexta-feira (25), será realizado em Recife um almoço de apresentação da 9ª Missão China Teleport, iniciativa que busca aproximar empresas brasileiras de oportunidades comerciais no gigante asiático. O encontro acontece no restaurante Entre Vinhos, em Boa Viagem, das 12h às 15h, e terá como foco mostrar como empresários e executivos podem integrar a delegação brasileira que participará da missão em território chinês. Além disso, serão apresentadas formas de acesso a linhas de financiamento chinesas voltadas ao setor produtivo. A adesão ao almoço custa R$ 140, e mais informações podem ser obtidas pelo número (81) 99185-1997
Baptista Leal
A Construtora Baptista Leal lança, no próximo dia 24, no Cais do Sertão, o Start Costa Dourada II, novo empreendimento residencial no Cabo de Santo Agostinho, próximo ao Shopping Costa Dourada. Voltado para famílias de baixa renda (Faixa 2 do Minha Casa, Minha Vida e Morar Bem PE).
Redes sociais
O Brasil ocupa a terceira posição mundial em tempo diário gasto nas redes sociais, com média de 3h34, segundo pesquisa do Terra Insights. Três em cada quatro brasileiros usam essas plataformas como meio de comunicação, sendo as mulheres as mais ativas. Um terço dos usuários interage com marcas, mas o engajamento direto com empresas ainda é limitado.
Leia também no Movimento Econômico: