Câmara dos Deputados

Bolsonaro vai à Câmara e volta a criticar medidas impostas por Moraes: "Máxima humilhação"

Ex-presidente se reuniu com deputados e senadores bolsonaristas

Ex-presidente Jair Bolsonaro mostrando a tornozeleira eletrônica - Wilton Junior/Estadão Conteúdo

O ex-presidente Jair Bolsonaro esteve na Câmara dos Deputados, em reunião com deputados e senadores de oposição, na tentativa de encontrar estratégias que ajudem o a reverter a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que estabeleceu medidas cautelares contra ele.

A previsão no início do dia, era que ele concedesse entrevista coletiva, mas o ex-presidente desistiu depois que Moraes o proibiu de dar declarações nas redes sociais.

Na saída da Câmara, porém, após ser seguido por apoiadores e jornalistas, Bolsonaro falou, sem responder perguntas.

— Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém. É um símbolo da máxima humilhação. Estou aqui porque sou inocente. É uma covardia com um ex-presidente da República. O que vale para mim é a lei de Deus — disse antes de deixar o local.

A oposição na Câmara dos Deputados e do Senado listaram pautas que vão considerar prioritárias a partir de agora, após o presidente ser obrigado a usar tornozeleira eletrônica.

Segundo o líder do PL, Sostenes Cavalcante (RJ), os apoiadores de Bolsonaro irão pressionar o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o projeto que anistia presos e condenados no 8 de janeiro de 2023, a Proposta de Emenda à Constituição que altera as regras para fora privilegiado, permitindo que processos como o de Jair Bolsonaro tramite na justiça comum e não no STF.

O líder ainda disse que o partido irá se organizar em três comissões de trabalho para organizar a reação as medidas contra Jair Bolsonaro.

— Criamos hoje, três comissões de trabalho, que vão trabalhar hoje, amanhã, até o fim do recesso. Uma comissão de comunicação, liderada por Gustavo Gayer (PL-GO), outra de comissão de mobilização para as pautas avançarem, liderarem por Cabo Gilberto (PL-PB), e uma comissão de mobilização nacional, para dar voz ao presidente Bolsonaro, liderada por Ze Trovão (PL-SP) e Rodolfo Nogueira (PL-MS), que têm ligações com agro e caminhoneiros — afirmou.

No Senado, a oposição irá se dedicar ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, de acordo com a senadora, Damares Alves (PL-DF).