Crime

Recife: julgamento da morte do oficial de justiça Jorge Eduardo tem início nesta terça-feira (22)

Caso ocorreu em 2022, quando o oficial de justiça Jorge Eduardo foi baleado por um motociclista

Teve início nesta terça-feira o julgamento do caso do oficial de justiça Jorge Eduardo Lopes Borges, morto em 2022 - Davi de Queiroz / Folha de Pernambuco

O julgamento do caso que envolve a morte do oficial de justiça Jorge Eduardo Lopes Borges teve início na manhã desta terça-feira (22) na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, no Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, área central do Recife.

crime aconteceu em 4 de setembro de 2022, quando a vítima foi baleada dentro do seu carro por um motociclista na Estrada do Arraial, na Tamarineira, Zona Norte do Recife. Jorge foi atingido por balas na cabeça e teve morte cerebral confirmada três dias depois.

Os acusados pelo crime são a ex-esposa de Jorge, Silvia Helena de Melo Silva, apontada como a mandante, Ezequias Oliveira da Silva, tido como o executor dos disparos, além de José Paulo Araújo da Silva e Michel Francisco, que teriam trabalhado como intermediadores do ato. 

Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco, eles respondem pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e com recurso que impossibilitou defesa da vítima.

Silvia Helena não esteve presente no julgamento, pois recorreu da decisão de pronúncia e aguarda julgamento no 2º grau do TJPE. Ela se encontra em prisão preventiva desde 2022 e teve pedido de liberdade negado em 2024.

Segundo o inquérito da Polícia Civil de Pernambuco, a morte do oficial de justiça Jorge Eduardo aconteceu a mando de Silvia Helena, ex-esposa da vítima, devido a uma disputa judicial travada pela guarda da filha do ex-casal, na época com 7 anos. 

Julgamento
Com a escolha de um júri composto por seis mulheres e um homem, a juíza Fernanda Moura de Carvalho deu início à sessão e relembrou o caso aos presentes.

Em seguida, a advogada Sandra Regina, que defendeu o acusado Ezequias Oliveira, indicou duas testemunhas e responderem às perguntas de defesa e acusação.

O primeiro a ser chamado foi o perito criminal Ranon Barros Bezerra, responsável pela perícia da motocicleta de Ezequias e a comparação com as câmeras de segurança referentes ao momento do crime.

Durante a fala, ele atestou que "as provas investigadas corroboram levemente", segundo a escala utilizada pelos peritos.

“Eu não observei um desgaste na placa na moto periciada. Isso pode indicar que houve uma mudança anterior ao momento da perícia porque não consta a antiguidade prevista em um veículo com mais uso”, disse ele durante os questionamentos da advogada.

Além disso, Ranon observou uma colocação similar entre o modelo periciado e o apresentado pelas câmeras de segurança. No entanto, ele também identificou "algumas diferenças como a ausência de retrovisores e as cores do envelopamento da roda dianteira".

Outra testemunha
A outra testemunha a ser arrolada pela defesa de Ezequias foi o instalador de PVC Caio Felipe, vizinho do acusado. Ele afirmou que os dois estavam trabalhando em obras como pedreiros durante o período em que aconteceu o crime e negou que Ezequias fosse dono da moto citada nos autos.

No entanto, em um depoimento prestado anteriormente, Caio citou que Ezequias tinha uma motocicleta do mesmo modelo utilizado no crime contra Jorge Eduardo.

Ele também falou não acreditar que o acusado participaria de atividades ilícitas e desconhece o uso de armas por parte de Ezequiel.

Vez dos réus
Após a conclusão da fala das testemunhas, os réus tiveram espaço para falar, caso desejassem. Os acusados José Paulo e Michel utilizaram do direito de silêncio total, já Ezequias usou o direito de silêncio parcial e respondeu somente às perguntas da defesa.

Ele negou a participação no crime e disse que estava voltando do trabalho no momento em que os fatos ocorreram. Ezequias ainda disse acreditar que o seu nome foi citado porque teve um desentendimento com um dos outros acusados.

"Tive um desentendimento com José Paulo por causa do capacete de uma moto que emprestei para ele. Acredito que ele citou o meu nome durante as investigações por esse motivo", falou.

Tanto José Paulo quanto Michel confessaram o crime em inquérito anterior e assumiram a autoria.

Após a fala de Ezequias, o julgamento deu espaço para o embate produzido pelos promotores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) Eliane Gaia e André Rabelo.

A sentença dos réus poderá ser anunciada ainda ao longo desta terça-feira.