Justiça

Militares que escreveram carta apócrifa faltam a depoimento no STF sobre trama golpista

Moraes havia decidido que cabe às defesas dos réus providenciar o comparecimento das testemunhas

Kids pretos é o nome dado aos militares formados pelo Curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro, treinados para atuar em missões sigilosas e em ambientes hostis e politicamente sensíveis - Divulgação / Exército Brasileiro

Arrolados como testemunhas no âmbito da ação penal da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), um grupo de militares que escreveram uma carta apócrifa com o objetivo de pressionar comandantes das Forças Armadas a aderir a um golpe no fim do governo de Jair Bolsonaro faltaram a seus depoimentos no STF nesta terça-feira.

Os militares Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, Anderson Lima de Moura e Carlos Giovani Delevati Pasini foram arrolados pelos advogados de defesa dos réus Fabrício Moreira de Bastos e Ronald Ferreira de Araújo Júnior, réus integrantes do chamado “núcleo três” da trama golpista.

Esse núcleo é formado por militares do Exército e um agente da Polícia Federal e seria responsável, de acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, por ações táticas do plano Punhal Verde e Amarelo, que visava sequestrar e assassinar autoridades, entre elas o ministro do STF Alexandre de Moraes, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin.

A defesa do réu Moreira Lima afirmou na audiência no STF que os militares arrolados como testemunhas não vieram porque não estariam obrigados a depor e reiterou que precisaria ouvi-las.

A juíza auxiliar Luciana Sorrentino respondeu que caberia à própria defesa providenciar a presença das testemunhas, tendo ratificado uma decisão proferida pelo ministro Alexandre de Moraes no mesmo sentido.