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Guilherme Cavalcanti diz que Transnordestina deve ser pensada como promotora de novas culturas

Secretário estadual de Desenvolvimento Econômico é um dos palestrantes do seminário "Conexões Transnordestina A Ferrovia que Moverá Pernambuco", em Salgueiro, na manhã desta quinta-feira (24)

Secretário ressaltou os esforços de Pernambuco na retomada da Transnordestinaampeals - Sudene/Divulgação

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, disse, na manhã desta quinta-feira (24), durante a participação dele no seminário "Conexões Transnordestina – A Ferrovia que Moverá Pernambuco", em Salgueiro, no Sertão, que Pernambuco precisa cada vez mais discutir a Ferrovia Transnordestina. Mas não como uma infraestrutura que servirá para transportar o que já existe, e sim para promover a existência de novas culturas, para promover novas fronteiras de produção para que se “torne viável um pedaço enorme do Brasil que hoje está desconectado dessa malha do logística”.

“Qual é a viabilidade de eu ir buscar o que tem hoje de gesso lá em Araripina, por exemplo? Se tiver a ferrovia, a capacidade de produção de Araripina é dez vezes maior do que é hoje. E ela só coloca competitivo no porto (de Suape) se ela for de trem. Então, não é a carga que existe, é a carga que é gerada a partir da ferrovia. Cada vez mais todos e cada um dos brasileiros precisam entender essa ferrovia como indutora do desenvolvimento”, disse o secretário.

Depois de ressaltar que respeita os projetos que cada estado empreende no país e governo federal, o secretário questionou o projeto de ligação do Porto de Chancay (Peru) com o Porto de Ilhéus, na Bahia. “O Brasil não pode entrar numa aventura de ligar o Porto de Chancay ao Porto de Ilhéus, cortando a Cordilheira dos Andes, um pedaço da Amazônia e um pedaço do Pantanal para chegar em um porto que é um terço do tamanho do Porto do Recife, com todo respeito ao Porto de Ilhéus”, disse ele.

Conexão de regiões
Segundo o secretário já se tem um plano que está estabelecido, que a Empresa Brasileira de Planejamento Logístico publicou ainda em 2018 para conectar as ferrovias existentes do país. "Para conectar as regiões produtoras atuais e aquelas com potencial, para conectar o Matopiba, para que a gente não tenha que estar concorrendo minério com grão no ramal ferroviário, para que a gente tenha ramal ferroviário para atender minério e para atender grão”, completou.

Guilherme disse que a luta que da governadora Raquel Lyra, da bancada de Pernambuco no Congresso Nacional e do setor empresarial é não deixar recuar um centímetro da decisão que em janeiro de 2023 conseguiu-se, com o governo federal, “arrancada a fórceps” e colocada de pé. “A decisão de retomar a obra (da Transnordestina) com recurso público, manter o nosso canteiro de obra ativo, manter a ferrovia em construção, para que a gente possa, como Pernambuco sempre fez, costurar com suas próprias linhas uma solução que vai entregar”, afirmou o secretário.

O seminário "Conexões Transnordestina – A Ferrovia que Moverá Pernambuco", promovido pelo portal Movimento Econômico em parceria com a Sudene, reúne autoridades, especialistas, empresários, sociedade civil organizada e acadêmicos para aprofundar as discussões sobre a retomada da Ferrovia Transnordestina no estado e colher contribuições. Outros eventos estão programados para Belo Jardim, em setembro; São Bento do Una, em outubro; Caruaru e no Recife em novembro.