Helena Rizzo fala sobre nova fase do "MasterChef Brasil"; confira entrevista
"MasterChef Brasil" é exibido pela Band nas terças-feiras, às 22h30
Acostumada ao ambiente intenso do “MasterChef Brasil”, Helena Rizzo encara com tranquilidade os novos desafios da 12ª temporada do talent-show culinário da Band. Agora sem a presença da apresentadora Ana Paula Padrão, que deixou o programa e a emissora no ano passado, a chef divide com os colegas Henrique Fogaça e Erick Jacquin a tarefa de também conduzir a apresentação da disputa. “O que a gente mais sente falta é da Ana amiga, daquela pessoa presente. Eu entrei no ‘MasterChef’ com ela aqui e foi alguém que me deu muita força. Mas, quanto à dinâmica, a gente tem muito assunto para falar. Antes, muitas vezes, a gente acabava não falando. Então, abre outro espaço”, explica.
A atual edição da competição aposta ainda mais na valorização da cultura brasileira e das raízes gastronômicas do país. Para Helena, a ausência de um apresentador fixo também parece, involuntariamente, ter trazido mais naturalidade e foco no que realmente importa no “MasterChef Brasil”: a cozinha. “Está sendo legal a gente ter esse espaço também entre os três, sem nenhum peso de ter de ser apresentador, de ter de entrar em um lugar mais jornalístico. Somos cozinheiros”, destaca.
Como tem sido a rotina de vocês sem a Ana Paula Padrão?
A gente teve de se inteirar muito mais a respeito do roteiro e se envolver com as dinâmicas das provas, porque antes sabíamos sobre o que ia ser cada uma, mas a gente não se inteirava muito sobre regras. E isso está legal, o fato de estarmos mais atentos aqui faz com que a gente preste mais atenção nos participantes também. Não temos um conhecimento prévio da vida de cada pessoa, então vamos as conhecendo, investigando ao longo do programa.
Isso muda alguma coisa na hora de julgá-los?
Obviamente, no momento em que experimentamos os pratos, o que vamos avaliar, o nosso foco está na comida. A gente esquece a pessoa e vai na comida para manter a imparcialidade. Eu estou gostando bastante dessa nova fase. Mas eu sou suspeita, eu gosto muito de fazer o “MasterChef”. É uma troca de chip na vida, porque é um lugar diferente. Estamos sempre na cozinha, na coisa do fazer, mas aqui vira mais mental mesmo. Dá para a gente se inteirar mais nos temas e aprender muito com eles.
Como você vê a evolução dos candidatos ao longo dos anos? Afinal, com tanto tempo de programa no ar, é natural que eles cheguem cada vez mais preparados, não?
Eu acho que o conhecimento de cozinha é um negócio que vai se multiplicando. Hoje, quem quer cozinhar tem muito acesso para fazer coisas incríveis. É algo que noto nos ambientes que frequento, de amigos mesmo. Pessoas completamente fora da área de cozinha, situações em que eu nem quero falar de cozinha, mas a galera traz o assunto e vai fazer uma comida. E cozinham bem para caramba! Tenho amigas e amigos que cozinham muito bem. Fico chocada! A galera que vem para cá também é assim. Cozinha muito bem em casa.
Mas não é a mesma coisa...
Eles chegam aqui e é uma cozinha diferente. Tem a questão do tempo, de não saber o que vai cozinhar – e eles não sabem mesmo, eles não têm ideia! É muito difícil – até para a gente! Mas eu sinto que vem um instinto de sobrevivência neles que eles acessam, às vezes até de forma irracional. E vão se desenvolvendo, vão cozinhando cada vez melhor, é notável isso.
A gastronomia acaba ficando ligada a algumas questões ativistas, como as ligadas à causa animal. É difícil lidar com isso no programa?
A gente não levanta uma bandeira no “MasterChef”, acho que a gente traz questões. Temos provas com um vegetal como protagonista, por exemplo, ou pode ser uma confeitaria sem açúcar... Em questão às partes de animais, acho que é relevante a gente falar também sobre aproveitamento e enxergar o animal como um animal, e não só um pedacinho que já vem quadradinho no prato, à milanesa. O “MasterChef”, como programa de cozinha, de culinária e de gastronomia, tem de abordar os assuntos e fazer perguntas porque é paradoxal mesmo esse mundo da cozinha, de como a gente se alimenta, de como a gente consome e tudo mais.