NOVELA

Bastidores: os figurinos de "Êta Mundo Melhor", da Globo

"Êta Mundo Melhor!" é exibida de segunda a sábado, às 18h30, na Globo

A equipe de figurino, por exemplo, é responsável por um intenso trabalho de garimpo dentro e fora dos Estúdios Globo - FOTO: DIVULGAÇÃO/GLOBO

A construção do universo de uma telenovela é um trabalho de força-tarefa.

A equipe de figurino, por exemplo, é responsável por um intenso trabalho de garimpo dentro e fora dos Estúdios Globo.

Imersa no final da década de 1940, a trama de “Êta Mundo Melhor!” se passa em São Paulo, mas foram os brechós e as feiras cariocas que deram o tom do figurino do folhetim assinado por Walcyr Carrasco e Mauro Wilson.

A equipe liderada por Flávia Costa percorreu feiras de pontos do Rio de Janeiro como a Praça XV e a Glória, além de brechós.

“É muita produção de rua, de brechó e de acervo que a gente vai montando para dar uma essência à obra. Algumas roupas a gente pediu para uma especialista fazer, outras coisas a gente tenta reutilizar, pois a quantidade de brechó que temos é significativa. Além de sustentável, é uma moda circular maravilhosa que enriquece o nosso figurino”, explica a figurinista.

Ao contrário do que acontece com outras produções, Flávia já tinha uma base bem definida ao começar a criar os figurinos da atual novela das seis.

O novo guarda-roupa dos personagens mantém uma ligação com a trama de “Êta Mundo Bom!”, que foi ao ar em 2016.

Candinho, papel de Sergio Guizé, agora é herdeiro, mas tem uma mudança muito sutil na forma de se vestir.

Mesmo com dinheiro, ele continua com a estética desajeitada, característica do personagem.

Toda a cor dele é crua, com um pouco de amarelo, que destaca a pureza e a referência em Mazzaropi.

“Terão momentos, por exemplo, que o personagem vai colocar uma jaqueta. Mas quem ganha mais acessórios é o amigo Policarpo. Candinho fez um investimento no burro, que vai ter chapéu, gravata, touquinha de dormir e mantinhas”, aponta Flávia.

Enquanto isso, Dita, papel de Jeniffer Nascimento, assume o posto de protagonista da história.

A personagem passou por uma transformação e suas roupas ajudam a contar essa trajetória.

“No início da história, quando está no sítio, ela se apresenta com peças estampadas, sem salto. Em São Paulo, vem a necessidade de um salto alto, por exemplo. Depois, começa a se vestir com mais glamour, ao se firmar como uma diva da rádio. Tudo de acordo com a leveza da personagem”, explica a figurinista.

Mas não foram apenas as referências técnicas que guiaram Flávia ao longo de seu trabalho como figurinista.

A profissional também destaca a memória afetiva das peças escolhidas para determinados personagens.

“Quando eu coloco uma saia plissada, um brinco da época, é comum o elenco lembrar da mãe ou da avó. E muita coisa é feita pelas nossas equipes, que bordam, complementam com adereços e fazem um trabalho de envelhecimento das peças de acordo com a necessidade da trama”, valoriza.