Familiares de fotógrafa morta pelo marido em 2020 vêm ao Recife para pedir nova prisão do suspeito
Empresário foi solto na última sexta-feira (25)
Já se completaram 5 anos que André Antônio da Silva chora a morte da filha, a fotógrafa Leandra Gennifer, que foi assassinada aos 22 anos, em 9 de fevereiro de 2020, na frente do filho que tinha 1 ano à época.
O suspeito de cometer o feminicídio é o ex-marido da vítima, o empresário Raphael Cordeiro Lopes, que hoje tem 37 anos.
Nesta terça-feira (29), André afirmou à reportagem da Folha de Pernambuco que vem ao Recife junto com a mãe da jovem, Josiane, para pedir nova prisão de Lopes, que foi solto na última sexta-feira (25) do presídio de Tacaimbó, no Agreste.
Desde a morte da filha, Josiane passou a morar no Agreste pernambucano, onde cuida dos dois filhos deixados por Leandra. André foi residir na Paraíba.
“Você vai buscar na maternidade, vê crescer, chamar de pai. Vem um ‘inseto’ desse e tira a vida da minha filha que deixou de criar os filhos e teve a vida interrompida. Eu vou atrás da justiça para prendê-lo de novo e ele voltar para a cadeia. Eu já sofria com ele preso, imagina agora ele estando em liberdade”, comentou sobre o caso.
André ainda afirma que Raphael teria sido solto por alegar problemas de diabetes e hipertensão, além de ter recebido 90 dias para se tratar, com monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Defesa
Representante da defesa do ex-marido de Leandra, o advogado Victor Trindade negou a informação sobre os problemas de saúde. Ele disse que no tocante ao processo em que Raphael é acusado do assassinato de Leandra, desde dezembro de 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus por "excesso de prazo" em razão da demora da conclusão de diligências (perícias em celulares e no local do crime) que não foram feitas, mesmo após 5 anos do trâmite processual.
Sobre a saída do presídio, que aconteceu na última sexta, Trindade afirmou que, mesmo com o habeas corpus, Raphael permaneceu preso, pois era alvo de outro mandado de prisão, decorrente de um processo cuja acusação é de lavagem de dinheiro.
A soltura, ainda de acordo com o advogado, se deu após o juiz da causa entender que o cliente dele já estava preso há muito tempo e que, ainda que fosse condenado, teria o direito de iniciar o cumprimento da pena em regime semiaberto. Trindade disse ainda que acredita na absorvição do cliente.
"Tudo isso foi um acidente. Quando as diligências forem concluídas, tudo isso vai ficar mais claro. É possível até que ele não vá ao tribunal do júri", alegou o advogado.
O que diz o TJPE?
O Tribunal de Justiça de Pernambuco foi questionado sobre a possível soltura de Raphael e explicou, por meio de nota, que vai iniciar o processo de apuração referente ao processo junto à unidade judiciária.
Com isso, um novo posicionamento deverá ser emitido. Assim que o órgão o fizer, a reportagem será atualizada.